A leishmaniose continua preocupando as autoridades de saúde na região e exigindo a atenção da população para o combate à doença. No início deste mês, em Presidente Prudente, dados do Departamento Regional de Saúde (DIR XI) apontaram que o mosquito palha, vetor da leishmaniose, está presente em 17 municípios, sendo que em dez já houve transmissão da doença na população humana ou canina.

O diretor e veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Dracena, Hugo Vagner Ulbano Bachega informou que a incidência da leishmaniose na cidade continua grande e o maior problema está no manejo ambiental, ou seja, na limpeza das casas e terrenos. “A população precisa colaborar para que haja melhores resultados e cada morador fazendo a limpeza de sua casa ajuda muito”, destaca. O CCZ, por sua vez, continua o inquérito canino, com os exames dos cachorros.

No começo deste ano, os exames em papel filtro foram substituídos pelos sorológicos. “O CCZ de Dracena foi um dos primeiros a fazer o inquérito canino utilizando a sorologia, que possui especificidade maior”, comenta Hugo. As amostras coletadas são encaminhadas ao laboratório do Centro de Saúde que centrifuga o sangue separando o soro que é enviado para o Instituto Adolfo Lutz em Presidente Prudente.

Hugo destacou que, em breve, o próprio CCZ poderá centrifugar o sangue coletado. “O CCZ ganhou dois aparelhos de centrifugação para coleta de soro e o serviço será feito aqui, possivelmente a partir do próximo mês”, disse. A coleta de sangue nos cães é feita duas vezes por ano na cidade, na zona rural e urbana. Trabalham quatro equipes formadas por dois agentes cada.

De janeiro a maio deste ano, o CCZ fez 1.219 coletas. Foram eutanasiados 317 cães, sendo positivos para leishmaniose e doados pela população. Também foi registrado um caso de leishmaniose em uma criança na cidade, no mês de janeiro, que já passou por tratamento. O cachorro que havia na residência também estava com leishmaniose e foi recolhido pelo CCZ.

A orientação para os dracenenses é que mantenham seus quintais limpos e cuidem de seus animais. Hugo ainda disse que o CCZ promove palestras nas escolas, principalmente, sobre leishmaniose e raiva, além de atos de conduta com os animais domésticos. O CCZ também já doou para população 48 caninos e 11 felinos. Outra função é a apreensão dos cães e equinos encontrados nas vias públicas. Neste ano, foram aprendidos 32 cães e nove equinos. Caso sejam identificados os donos, os animais são devolvidos, mas é preciso pagar uma multa.

RAIVA – O CCZ também trabalha para o controle da raiva no município, por meio da captura de morcegos caídos e encaminhamento de amostras para exame, observação de animais suspeitos de infecção rábica e vacinação durante o ano dos cães e gatos, além de orientações à população e atividades educativas. O veterinário Hugo Bachega explicou que o CCZ só pode apreender o morcego que estiver caído na residência. “Se o morcego estiver voando, pendurado em forro ou laje das casas não podemos retirá-los”.

Os morcegos capturados são enviados ao Instituto Adolfo Lutz para exame de raiva. Caso a doença seja identificada, o CCZ vacina todos os cães e gatos num raio de 100 metros de onde foi localizado o morcego. Hugo ainda alertou que se o proprietário tiver um animal doméstico que manteve contato com o morcego deve ligar imediatamente para o CCZ. O animal é levado para sede, onde ficará em observação por no mínimo dez dias.

Neste ano, de janeiro a maio, foram notificados nove morcegos e enviada uma amostra de cérebro para exame de raiva, no mês de maio. O diretor do CCZ lembrou que no mês de agosto ocorre a vacinação antirrábica para cães e gatos e pediu que a população leve todos os animais para serem vacinados. “Durante o ano todo também estão disponíveis as vacinas contra raiva no CCZ”, reforçou.

SERVIÇO – Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3822-7570, ou na sede do CCZ, localizada na rua Spinard, n.º 3.