O Ministério da Saúde quer ampliar o número de doações de sangue no Brasil. Para isso, colocou em consulta pública, nesta quarta-feira, dia 2 de junho, proposta que permite que jovens de 16 a 17 anos (mediante autorização dos pais) e idosos de 65 a 68 anos possam ser doadores de sangue. Atualmente, somente pessoas com idade entre 18 e 65 anos estão autorizadas a doar. O texto da medida – que faz parte da nova Política de Procedimentos Hemoterápicos – pode ser lido na página do Ministério da Saúde e receber sugestões da população até o dia 2 de agosto.
Atualmente, no Brasil, são coletadas por ano, em média, 3,5 milhões de bolsas de sangue. O índice brasileiro de doadores é de aproximadamente 1,8% da população. De acordo com parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), para manter os estoques regulares é necessário que 1% a 3% da população faça isso regularmente.
A ampliação da faixa etária é baseada em evidências científicas plenamente comprovadas por estudos internacionais. Nos EUA, a associação americana de sangue (ABB) já aprovou que jovens com 16 e 17 anos e idosos acima de 65 anos possam doar. O sistema americano já adota estes novos critérios de idade, assim como a Europa. A decisão de ampliar para idosos com até 68 anos também vai ao encontro da tendência de crescimento da expectativa de vida da população brasileira.
IMPACTO – Ao ampliar a faixa-etária de doadores, o Ministério da Saúde prevê que cerca 13,9 milhões de pessoas sejam estimuladas à doação, ampliando significativamente a oferta aos pacientes que hoje necessitam. Segundo os padrões da OMS, o ideal, para o Brasil, considerando as especificidades e necessidades regionais, seria coletar anualmente cerca de 5,7 milhões de bolsas sangue.
Desde 2004, o Ministério da Saúde é responsável por normatizar e controlar a política de sangue, componentes e hemoderivados no país. Com a nova regulamentação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ficará responsável pelo controle e fiscalização sanitária dos serviços.
A Política de Procedimentos Hemoterápicos foi elaborada por um grupo técnico, formado por especialistas do Ministério da Saúde. Nela estão contidas desde avanços tecnológicos até novas especificações técnicas, passando por adequação de produtos do sangue, usos de componentes e controle de qualidade.
A proposta contém medidas que garantem maior humanização na prestação dos serviços de hemoterapia e também atendimento especializado e maior acessibilidade aos portadores de necessidade especiais. Na prática, isso significa que deficientes poderão dispor, entre outras adequações, de rampas de acesso aos serviços, triagem realizada por profissional habilitado em libras ou até mesmo material informativo em braile.
CONSULTA PÚBLICA – Publicada no Diário Oficial da União, A Política de Procedimentos Homoterápicos ficará em consulta pública durante 60 dias – até o dia 2 de agosto, podendo ser acessada pelo site http://www.saude.gov.br/consultapublica
DOAÇÃO – Para doar sangue é fácil, o voluntário deve procurar o hemocentro mais próximo da sua residência. Antes de doar, o candidato passa por uma entrevista médica. Esse procedimento serve como controle de qualidade do sangue coletado.
Doar sangue é uma prática segura e que não dói, é rápido, fácil e não debilita e nem prejudica a saúde. Em cada doação são retirados, em média, 450 mililitros de sangue. O ideal é que cada pessoa doe duas vezes ao ano. Após a doação, o voluntário recebe as instruções que deve seguir após o procedimento.