A poluição do ar por ozônio é um problema grave em quase todo o Estado de São Paulo. De um total de 32 áreas avaliadas entre 2007 e 2009, apenas duas ainda não estão saturadas pelo poluente: Presidente Prudente e Marília. A situação da Região Metropolitana é motivo de grande preocupação: de 14 estações de monitoramento, dez tiveram poluição “severa” – o nível mais alto possível. Os dados são da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Quando o nível de poluição é considerado “severo” significa que houve grande ultrapassagem do padrão da qualidade do ar – limite máximo estabelecido pelo governo para a concentração de um poluente na atmosfera. Já quando o nível é sério, a ultrapassagem foi intermediária.

O objetivo da classificação é condicionar a concessão de licenças para empreendimentos, como indústrias, à realização de ações que compensem a poluição em áreas já saturadas. “As informações mostram que é preciso trabalhar para reduzir a poluição, ter maior planejamento e programas de controle”, diz o gerente de Qualidade Ambiental da Cetesb, Carlos Komatsu.

Segundo ele, o ozônio é difícil de estudar e de controlar por se tratar de um poluente secundário. Ele não sai diretamente de uma fonte, como o escapamento de um veículo, mas se forma pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis na presença de luz solar. Dias bonitos e ensolarados, portanto, têm mais chances de serem poluídos por ozônio. A alta concentração de ozônio prejudica a saúde da população – os sintomas podem ir desde o aumento de mortes prematuras de pessoas com doenças respiratórias até tosse seca e cansaço.

Hoje, existem 25 regiões no Estado saturadas por ozônio. Desses locais, a situação é um pouco melhor em Sorocaba, Ribeirão Preto e Piracicaba – onde o nível de poluição foi considerado “moderado”. Há cinco pontos próximos da saturação: Araraquara, Bauru, Jaú, São José do Rio Preto e Araçatuba.

E as únicas estações que ainda podem comemorar o fato de não estarem tomadas pela poluição de ozônio são Marília e Presidente Prudente. Vale lembrar que o ozônio só é tóxico quando está na troposfera (mais perto do solo). Já na estratosfera, a 25 km de altitude, tem a função de proteger a Terra dos raios ultravioleta do sol. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)