O Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente (DRS XI), que compreende 45 cidades, possui 17 municípios em situação preocupante. Atualmente eles estão classificados epidemiologicamente como receptivos ao flebótomo Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecido como mosquito palha. Significa que em 37,77% de todos os municípios – taxa percentual equivalente a 17 cidades -, já foi encontrado o vetor que transmite a Leishmaniose Visceral Americana (LVA).

Destes, dez já registraram transmissão da doença na população humana ou canina. Em contrapartida, outros três, sendo eles Prudente, Presidente Venceslau e Flora Rica, enfrentam até então apenas a transmissão da doença na população canina, no entanto, há um caso suspeito em humano em Venceslau. As outras 28 cidades restantes, onde até agora não foi encontrado o transmissor da doença, são considerados vulneráveis ao vetor por estarem próximos daquelas onde o mosquito já foi localizado.

Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (08), durante o primeiro Comitê de LVA, organizado pela diretoria regional da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), em parceria com o Estado de São Paulo, através do DRS XI. Cerca de 100 pessoas, entre coordenadores de saúde dos 45 municípios, bem como de Vigilâncias Municipais Epidemiológicas (VEMs), médicos veterinários e sanitaristas, participam do encontro científico.

A idéia do evento é de chamar a atenção dos municípios para adotarem ações preventivas e de controle da leishmaniose, segundo a diretora da regional da Sucen, Susi Mari Sampaio. “É uma forma de atualizar a situação da doença nos municípios da região, bem como levar até o conhecimento dos profissionais de saúde que participam, subsídios técnicos e operacionais para que as cidades tenham ferramentas para de fato incrementarem as ações”, diz.

Dos municípios da Nova Alta Paulista que sofrem com a doença, aparecem na relação Dracena, Flora Rica, Irapuru, Junqueirópolis, Monte Castelo, Nova Guataporanga, Ouro Verde, Panorama, Paulicéia, Santa Mercedes, São João do Pau D’Alho e Tupi Paulista. Destes, frisa ela, com exceção de São João do Pau D’Alho e Flora Rica, todos já registraram neste ano transmissão da doença em humanos e na população canina.

Dados referentes a este ano na região não foram divulgados detalhadamente pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), contudo, os últimos números, datados de 2009, mostram que naquele ano houveram 40 casos da doença em seres humanos, dos quais uma morte foi registrada no município de Paulicéia. Já em 2008 foram 60 casos confirmados em humanos e três mortes, sendo duas em Dracena e uma em Panorama.

Ao analisar o cenário atual, a diretora da Sucen revela que, se comparado a outras regiões, a situação “é preocupante e alarmante”, entretanto, enfatiza a queda no número de mortes de um ano para o outro. “Por isso a realização do comitê. A finalidade é preparar os municípios, através dos temas debatidos e esclarecidos aqui [na Unesp], para o enfrentamento e possível erradicação do problema”, explica.

“Infelizmente ainda não existe tratamento para animais, considerados os principais reservatórios da doença. Só existe tratamento para seres humanos. Por isso muitos cães contaminados ainda são submetidos à eutanásia”, pontua Susi.

As informações são do Portal do Ruas.