O ministro das Finanças da África do Sul e o auditor-geral irão investigar a compra de ingressos da Copa do Mundo de parte de agências governamentais em meio a temores de “gastos excessivos”, informou o ministério nesta quarta-feira.

Pravin Gordhan, que tenta aplicar uma disciplina fiscal nos ministérios da maior economia africana, disse a funcionários do governo em maio que não desperdiçassem em ingressos do Mundial.

Mas empresas estatais em dificuldades gastaram 110 milhões de rands (US$ 14,3 milhões) em ingressos para os jogos, de acordo com as respostas fornecidas a um questionário parlamentar, enfurecendo sindicatos trabalhistas e desencadeando acusações de ganância por parte dos executivos.

“Se por um lado pode haver razões legítimas para comprar ingressos para incentivar empreendimentos públicos e setores do governo, surgiu uma preocupação sobre que ações podem ser adotadas caso o auditor-geral declare os gastos como desperdício”, declarou o Ministério das Finanças em comunicado.

“O ministério reitera seu pedido para que os servidores civis se mostrem à altura de seu compromisso moral com os cidadãos e que exercitem contenção e discernimento no uso de fundos públicos”, acrescentou.

Os sindicatos apontam o desperdício com ingressos como prova de que empresas governamentais podem arcar com o aumento de salários duas vezes acima da inflação exigido pelos empregados.