O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve hoje em Bebedouro, no interior do Estado, onde caminhou pelas ruas da cidade. Na aglomeração da campanha, estavam dois candidatos a deputado estadual: Uebe Rezeck (PMDB), de sua coligação, e Hélio Bastos (PDT), que está na coligação que apoia Aloizio Mercadante (PT). Ambos foram enquadrados na primeira lista da Lei da Ficha Limpa divulgada pela Procuradoria Regional Eleitoral.

Ao ser questionado sobre a Lei Ficha Limpa, Alckmin disse concordar. “Sou favorável. Acho que é muito importante melhorar a política, assim como sou favorável à reforma política, com voto distrital”, comentou. Já na saída para Avaré (SP), próxima parada da campanha, ao ser indagado sobre as presenças dos dois candidatos com supostas “fichas sujas” em sua comitiva, Alckmin se esquivou e não alongou o assunto: “Isso é um tema que a Justiça vai esclarecer; certamente é questão de semanas e a Justiça vai esclarecer o que pode e o que não pode.”

Ex-prefeito de Barretos, Rezeck é deputado estadual e concorre à reeleição, mas tem pendência com a Justiça Eleitoral. Hélio Bastos foi prefeito de Bebedouro por três vezes e agora tenta chegar à Assembleia Legislativa. “O Geraldo é meu amigo pessoal”, disse Bastos, sobre sua presença ali, já que está na coligação de Mercadante.

Garotas da oposição

Durante o trajeto, as correligionárias de Bastos, sem uniformes do candidato, fizeram coros para ele e para o candidato Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT), que faz dobradinha com o bebedourense. Na empolgação, as garotas também fizeram coros para Alckmin, ou simplesmente “Geraldo”.

Animado, Aloysio Nunes (PSDB), candidato ao Senado, posou para fotos com as garotas, mas nem sabia que elas trabalhavam para um opositor. “A campanha é pra todo mundo. A nossa é mais ampla, majoritária”, disse ele. Ao tomar conhecimento da situação, ele riu. “As meninas estão alegres, estão criando um clima legal, mas nem estou ouvindo o que estão cantando, mas é legal”, comentou Nunes.

Pedágios e propostas

Ex-governador do Estado que implantou as concessões de rodovias e as instalações de pedágios, Alckmin citou que as dez melhores estradas do País estão em São Paulo e estão sob o modelo de concessão. E que o governo recebe das empresas a contrapartida para investimentos em recuperações de estradas vicinais e rurais pelo interior. Sobre os valores das tarifas, ele citou que deverá verificá-las, caso a caso, e se houver alguma praça que precise ser reavaliada, isso será feito.

O candidato tucano, porém, contestou as argumentações do rival petista Mercadante, que afirma que diminuirá os preços dos pedágios e que até estenderá os prazos de concessões, se necessário. “O PT dizia isso lá no Rio Grande do Sul e depois que ganhou a eleição, não houve nenhuma redução”, rebateu Alckmin. Ele reafirmou que em São Paulo o modelo do programa possibilitou ao governo investir nas estradas rurais e vicinais, os chamados “caminhos da produção”.

Alckmin mencionou ainda que pretende, caso eleito, dar atenção à citricultura, uma das principais economias de Bebedouro e cidades vizinhas. Também destacou que tem como meta criar o “BNDES da habitação” para dar apoio a quem precisa de casa própria, além de geração de empregos e incentivar o biodiesel a partir da soja na região.

Alckmin afirmou também que defende a reforma política, com voto distrital, e acredita que ela seja possível de maneira gradativa. “Ao invés de fazer tudo de uma vez só, por etapas; se fizer ao menos o voto distrital e limitar o número de partidos, que hoje são quase 40, já vai dar uma grande contribuição”, defendeu. Da mesma forma, ele aposta na reforma tributária para simplificar e reduzir a carga de impostos no País. “O Brasil tem a maior carga de impostos entre os países emergentes”, lembrou ele.

Serra

Sobre a campanha nacional do colega de partido, José Serra, Alckmin mostrou-se otimista. “Está indo bem, é disputado, mas o Serra está com conteúdo, propostas para o Brasil, falando para as pessoas sobre emprego, saúde, segurança e abordando os temas que interessam à população”, comentou ele. E finalizou: “O Lula não é candidato, é uma grande diferença, e vamos chegar lá.”