O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje (27) que energia não “é um gargalo ao crescimento” econômico. Em palestra para executivos do detor de finanças do estado, Tolmasquim afirmou que o setor energético vai disponibilizar 63 mil megawatts (MW) de capacidade instalada nos próximos dez anos para atender à demanda crescente de energia do país.
Apenas com o que foi investido até agora, o Brasil terá nos próximos quatro anos um excedente de energia capaz de atender à demanda de um crescimento econômico maior do que o projetado pelo governo, de 5% ao ano. De acordo com cálculos apresentados por Tolmasquim, se depender do atual cenário energético, o país teria condições de crescer ainda mais. “O Brasil está numa situação extremamente confortável. Até 2014, temos um excedente de energia que permite que o país cresça até 7,5% ao ano”, afirmou.
A produção de energia hidrelétrica é prioritária no esforço de garantir a oferta de energia projetada. A previsão é instalar mais de 35 mil megawatts em hidrelétricas, sendo que 60% já estão contratados, em construção ou em vias de construção. Os demais 14 mil megawatts seriam disponibilizados a partir do leilão de algumas usinas, como a de Santo Antônio do Jarí, Garibaldi, Colider e Ferreira Gomes que serão leiloadas na próxima sexta-feira (30) em São Paulo.
Até o final do ano, outro leilão está previsto e deve incluir as usinas de Teles Pires e do Rio Parnaíba. Tolmasquim, no entanto, alerta que, se não houver licenças ambientas suficientes para garantir o número planejado de hidrelétricas em leilões, o setor vai recorrer às termoelétricas.
Para que as projeções de produção de energia se concretizem, o presidente da EPE estima que sejam necessários investimentos da ordem de R$ 1 trilhão até 2019. Pelo menos 70% desse valor devem ser destinados à área de petróleo e gás em uma operação de financiamento envolvendo recursos do setor público e privado.