Químicos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos aperfeiçoaram o design de um tipo de cristal artificial, duplicando sua capacidade de absorção e armazenamento de dióxido de carbono.
As chamadas estruturas metal-orgânicas (MOF, na sigla em inglês) são cristais metálicos porosos e estáveis, capazes de absorver e comprimir gases em espaços ínfimos.
Os cientistas esperam que tais materiais levem à criação de energias mais limpas e a métodos para a captura das emissões de gases do efeito estufa.
Sob comando de Omar Yaghi, do Instituto de Nanossistemas da Califórnia, ligada à Universidade da Califórnia, Los Angeles, a equipe aperfeiçoou um cristal anterior chamado MOF-177, resultando em duas novas versões – MOF-200 e MOF-210 – capazes de armazenar o dobro do volume de gases.
“A porosidade é um caminho para fazer muito com pouco”, disse Yaghi, professor de Química e Bioquímica, em nota.
“Em vez de ter apenas a superfície externa de uma partícula, vamos perfurar pequenos buracos para aumentar dramaticamente a área da superfície.”
Os novos cristais foram descritos em um documento publicado no site da revista Science.
Jaheon Kim, professor de Química da Universidade Soongsil, de Seul, ajudou a projetar o MOF-210. Ele contou que 1 grama de MOF tem mais ou menos o tamanho de quatro tabletes de açúcar – ou seja, é um material levíssimo. Se espalhado, cada grama dos novos cristais ocuparia mais de 5.000 metros quadrados, disse Yaghi.
“Se eu pego um grama de MOF-200 e o desenrolo, ele vai cobrir muitos campos de futebol, e esse é o espaço que você tem para os gases se concentrarem”, disse Yaghi. “É como mágica. Quarenta toneladas de MOF são iguais a toda a superfície da Califórnia.”