Há um ano suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA) em decorrência das acusações de golpe de Estado no país, Honduras aguarda o fim da punição. A expectativa se deve ao apoio de seis dos sete países que compõem o Sistema da Integração Centroamericana (Sica). Em reunião, ontem (20), na República Dominicana, os seis países que assinaram o documento pedindo a reintegração de Honduras à OEA são Guatemala, Belize, El Salvador, Costa Rica, Panamá e República Dominicana. Apenas a Nicarágua recusou assinar a declaração.
“[O Sica] Solicita aos Estados que integram a Organização dos Estados Americanos para que, durante a sessão da comissão de alto nível da OEA, agilizem e resolvam com a maior brevidade possível a reincorporação de Honduras”, diz o comunicado.
Para o governo hondurenho, o documento elimina dúvidas sobre a disposição assumida por Pepe Lobo de restabelecer a ordem no país. Nos próximos dias, a comissão especial da OEA que examina a situação política de Honduras deve concluir um relatório e encaminhá-lo à secretaria-geral do órgão.
Para a reintegração à OEA, o governo do presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo, deve obter 22 dos 33 votos dos integrantes da organização. Internamente, o ministro das Relações Exteriores de Honduras, Mario Canahuati, disse contar com o apoio de mais de 20 países.
O governo brasileiro cobra de Pepe Lobo a adoção de uma série de medidas para apoiar o retorno de Honduras à OEA. Para o Brasil, é fundamental que seja concedida anistia ao presidente deposto, Manuel Zelaya, além de garantias da preservação da ordem e da autonomia das instituições públicas.
Em 28 de junho de 2008, um movimento organizado por setores da Suprema Corte, das Forças Armadas e do Congresso Nacional depôs Zelaya do governo de Honduras. O presidente foi obrigado a deixar o país. Meses depois, retornou a Tegucigalpa (capital de Honduras), onde ficou abrigado na Embaixada do Brasil.
Para o Brasil e outros países latino-americanos, houve um golpe de Estado em Honduras porque um movimento, sem respaldo popular, retirou do poder um governante eleito democraticamente. A interpretação gera polêmica pois opositores de Zelaya afirmam que ele pretendia mudar a Constituição para se beneficiar com o direito de reeleição, que não é previsto na legislação hondurenha.