O crescimento da economia fez com que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revisse suas projeções de crescimento de consumo de energia para este ano, que estava previsto em 7,2%, para 7,7%. “A economia está crescendo um pouco mais do que imaginávamos, então acabamos aumentando um pouco a projeção”, explica o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
Segundo ele, a perspectiva para os próximos anos é que o crescimento do consumo de energia acompanhe o crescimento da economia, que deve ficar em torno de 5% ao ano. Mas Tolmasquim garante que, mesmo que a economia cresça até 7,5% ao ano, o país tem como garantir a energia necessária.
“Se a economia crescer 5% ao ano até 2014, teríamos um excedente de cerca de 5,8 mil megawatts médios, ou seja, um excedente que dá conta de cerca de um ano e meio a mais de crescimento. Com a oferta que tem, poderíamos ter um crescimento da economia até 2014 de até 7,5% ao ano, ou seja, a energia não é um gargalo para que a economia tenha um crescimento mais elevado”, avalia.
Esta semana, a EPE divulgou em sua resenha mensal que o consumo total de energia elétrica do país cresceu 11,1% em junho, em relação ao mesmo mês de 2009. Enquanto a indústria está recuperando os índices de consumo que vinha estabelecendo antes da crise econômica, as residências e o comércio não chegaram a ver seus consumos caírem no ano passado, e apresentam uma curva crescente de consumo.
“No ano passado esses setores não caíram por causa de programas de transferência de renda e do aumento salário mínimo, que fez com que houvesse uma mudança na estrutura de renda, surgindo uma nova classe média”, diz Tolmasquim. A redução de impostos sobre eletrodomésticos também contribuiu para o aumento no consumo de energia residencial e comercial.
A Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 já estão nos planos de expansão de energia do governo, segundo Tolmasquim. “Estamos bastante tranquilos com a oferta, houve muitas contratações e tem muitas obras entrando. Não há problema nem no que diz respeito a geração nem a transmissão, porque houve investimentos maciços”.