O estado de São Paulo quer eliminar a transmissão vertical (mãe para filho) do vírus da Aids até 2012. Para isso aposta no reforço das estratégias de diagnóstico e profilaxia das gestantes na rede de saúde paulista.

Estudo realizado pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com pesquisadores da Califórnia e do Ceará, aponta que o coeficiente de incidência da doença em crianças menores de cinco anos caiu 90,6% desde 2000.

Os resultados do estudo foram apresentados na última semana durante a Conferência Internacional de Aids, em Viena, juntamente com outros 25 trabalhos produzidos pelo CRT/DST-Aids e aprovados para o evento. O número de estudos paulistas aprovados é recorde e triplicou em relação à última conferência, realizada em 2008.

Sob o ponto de vista epidemiológico, a eliminação da transmissão vertical ocorre quando há até duas crianças soropositivas em cada 100 gestantes infectadas pelo HIV. A expectativa é de que isso ocorra nos próximos dois anos.

Segundo a pediatra Luiza Matida, do CRT, a redução de 90% desde 2000 é fruto da adoção de estratégias mais eficientes de diagnóstico e controle. “Em relação às metas pactuadas, pode-se afirmar que a eliminação da TV do HIV será alcançada. Entretanto, deve-se atentar para a manutenção de ações de vigilância e atenção integral, principalmente em cenários com desigualdades sociais”, diz.

São Paulo foi pioneiro Estado a adotar medidas preventivas da transmissão vertical (TV) do HIV, a partir de meados dos anos 1990.

Consequentemente, a infecção por HIV em crianças vem se tornando um evento cada vez menos frequente.