A reestruturação do calçadão central de Presidente Prudente que já está em estudo por meio de um projeto integrado entre secretarias municipais recebe o apoio de comerciantes, que, por outro lado, desaprovam a ideia de se estender o horário de funcionamento das lojas.
Esta semana o Portal do Ruas noticiou que um requerimento apresentado pelo vereador Clóvis de Lima (PR) pede a reforma completa do calçadão e sugere a ampliação do horário comercial. Também informou que um projeto deve ser apresentado ao prefeito ainda este ano visando à reestruturação do local, desde a parte arquitetônica até o paisagismo. O objetivo é concluir as obras até 2012. Agora, a reportagem foi ao calçadão e ouviu o que os lojistas pensam tanto da reforma quanto da possibilidade de se estender o horário.
“O calçadão está precisando de revitalização porque é bem antigo, os bancos estão velhos e há pouca iluminação. A reforma sendo feita pode atrair mais público”, explica o gerente de uma loja de departamentos instalada no centro, Flávio Alexandre Oliveira. Por outro lado, ele explica que para o funcionamento do comércio por mais tempo, seria necessário a contratação de funcionários, o que acarretaria mais custos.
De acordo com o responsável por uma loja de calçados Maurício de Pontes, a reforma do local é mais que necessária. “Existe um mau cheiro que sai dos bueiros e tem o calçadão irregular que dificulta o acesso”, afirma ele, que trabalha há 20 anos no calçadão.
Em relação ao horário, ele pontua que para haver uma extensão é necessário que outros serviços também sejam prolongados. “Cerca de 80% das mulheres que trabalham no comércio são casadas e têm filhos, elas dependem do horário de funcionamento das creches”, exemplifica. Segundo ele, os bancos também deveriam estar abertos, porque o movimento maior no comércio é no horário bancário.
“Seria um desperdício em relação à hora-extra e consumo de energia”, afirma a gerente de uma loja de roupas localizada no calçadão, Marcia Regina da Silva, quando questionada sobre o atendimento até mais tarde. Ela completa que o horário de funcionamento durante a noite não cobriria os gastos.
A lojista Edna Maria Amabile também não concorda com a prolongação no horário do comércio. “No mês de dezembro, em que o comércio funciona até as 22h, o movimento só aumenta na última semana e nós temos um gasto a mais porque pagamos um vigia para ficar na loja durante o horário”, afirma
Mas nem todos os comerciantes estão em desacordo com o aumento no horário. O gerente de uma relojoaria, Hélio Aoyagi, acredita que pode sim ser viável o comércio aberto até mais tarde. “Se houver uma loja âncora e um supermercado grande trabalhando no centro, seria bom. Quando a porta está aberta, a loja pode vender”, afirma.
Segundo o presidente do Sincomercio, Vitalino Crellis, a obra seria bem-vinda aos lojistas e a possibilidade de estender o horário de funcionamento também seria viável. “Com uma reforma, existe sim a possibilidade de o comércio ficar aberto por mais tempo, só que também precisamos de reforço na segurança”, ressalta.
Com informações do Portal do Ruas.