O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou nesta quarta-feira a libertação dos presos políticos cubanos à sua situação quando foi libertado após ter sido preso por um mês pelo regime militar em 1980.
Em fevereiro, quando visitou Havana, Lula se recusou a comentar denúncias sobre desrespeito aos direitos humanos em Cuba. O presidente desembarcou na ilha um dia depois da morte do dissidente cubano Orlando Zapata, que morreu após fazer greve de fome, e criticou o ato como forma de pressão para libertar detentos.
Desde a morte de Zapata, a ilha vem sofrendo maior pressão da comunidade internacional. O dissidente morreu em fevereiro após 85 dias de greve de fome em protesto às condições carcerárias que teriam deteriorado sua saúde.
“Fiquei tão feliz quando os cubanos soltaram os presos como fiquei feliz quando fui solto da cadeia em maio de 1980”, disse Lula depois da 4a Cúpula Brasil-União Europeia (UE).
Na semana passada, outro preso político, Guillermo Fariñas, suspendeu a greve de fome que mantinha há 135 dias, depois do anúncio do acordo para a libertação dos dissidentes presos pelo regime comunista.
Sete presos políticos cubanos e seus familiares chegaram na terça-feira à Espanha, onde receberão tratamento inicial de refugiados. Um diplomata espanhol disse à Reuters na terça-feira que outro grupo estava se preparando para deixar a ilha rumo ao país ibérico, mas não deu outros detalhes.
A libertação antes de outubro dos 52 opositores, de um grupo de 75 condenados em 2003 a penas entre 6 e 28 anos por se opor ao governo, é uma vitória contundente do inesperado diálogo iniciado em maio entre o governo de Cuba e a Igreja Católica.
“Parabéns à Igreja Católica da Espanha, parabéns ao governo cubano e parabéns a todos que lutarem para liberar algum preso político no mundo … Deus queira que todos os países soltem presos que são considerados presos políticos.”