A polêmica do programa nuclear do Irã é tema de uma reunião hoje (2) em Bruxelas, na Bélgica, com representantes da Alemanha, da Rússia, da China, da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos. Com exceção da Alemanha, os demais países são permanentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e votaram favoravelmente às sanções ao Irã por suspeitas de que há produção de armas atômicas. As discussões integram as reunião do P5+1.

As informações são da rede de televisão estatal do Irã, PressTV. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Nesterenko, evitou antecipar se há possibilidade de adotar medidas que evitem restrições ao Irã. “Vamos aguardar a reunião de um grupo P5+1”, disse o porta-voz.

Porém, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que está convencido de que as “sanções não vão funcionar”. “Estamos interessados em retomar o mecanismo de diálogo com o Irã para discutir seu programa nuclear e as questões que dizem respeito ao país”, disse ele. “[A Rússia] não acredita em sanções” , reiterou.

No entanto, os russos integraram o grupo dos 12 países que no último dia 9 votaram favoravelmente às restrições ao Irã. As medidas atingem principalmente as áreas de comércio e militar do país. Apenas o Brasil e a Turquia foram contrários às medidas. O Líbano se absteve das votações. As sanções foram discutidas na sessão do Conselho de Segurança da ONU.

Anteriormente, em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Turquia, Tayyq Erdogan, intermediaram um acordo para a troca de urânio do Irã. Pelo documento, o Irã enviará 1,2 tonelada de urânio levemente enriquecido para a Turquia. Em troca, no prazo de até um ano, receberá 120 quilos do material enriquecido a 20%. Mas a proposta foi rejeitada pela maior parte da comunidade internacional.