A Polícia Federal (PF) interroga desde a manhã de hoje (6) 45 pessoas investigadas pela Operação Tormenta, que desarticulou, no mês passado, uma quadrilha que fraudava concursos públicos. Os suspeitos estão prestando depoimento na Superintendência da PF de São Paulo e na delegacia da PF em Santos.
A Operação Tormenta teve início em fevereiro, quando a PF detectou indícios de que 53 candidatos se infiltraram na própria corporação, após pagarem até R$ 180 mil, para ter acesso às respostas de prova de seleção para a PF. Na sequência, também foram detectadas fraudes nas seleções para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Brasileira de Investigação (Abin) e na Receita Federal. Outra fraude investigada foi a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aplicada entre formados em direito para outorga de registro do exercício da advocacia.
Dos 45 suspeitos interrogados, 36 fizeram provas para a Anac, sendo que 11 tomaram posse, oito como analistas e três como técnicos. No concurso da Abin, nove pessoas tiveram acesso às provas e apenas uma tomou posse. A PF cogita expedir mandados de prisão caso as pessoas que foram interrogadas tenham proximidade com a quadrilha.
A quadrilha que fraudava concursos públicos por todo o país atuava há 16 anos. Doze envolvidos foram presos e serão indiciados por formação de quadrilha, quebra de sigilo funcional, estelionato, receptação e falsificação de documentos públicos. Entre os líderes da quadrilha, estão um dono de universidade da região metropolitana de São Paulo e um policial rodoviário federal.