Gestores públicos de Presidente Prudente conheceram nessa terça-feira (20) um equipamento que transforma o lixo urbano em cinza cerâmica para ser utilizada na construção de tijolos ou como adubo. O equipamento de origem japonesa é um reator catalítico por ondas eletromagnéticas que desintegra resíduos sólidos e orgânicos, menos ferro, aço, metais e vidro. Além de evitar a degradação ambiental, o custo operacional seria menor que o de aterro sanitário na ordem de R$ 35 para R$ 65 por tonelada.

O diretor presidente da MFS Soluções Integradas ao Meio Ambiente, Fernando Correa, acompanhado de equipe técnica, apresentou a tecnologia ao prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã) e ofereceu os serviços ou o equipamento para a Prefeitura ou a Prudenco. O prefeito avaliou a tecnologia como “interessante”, mas pretende obter mais esclarecimentos e sugeriu uma experiência de pelo menos 60 dias.

A MSF se disponibilizou a atender a sugestão, conforme o representante local Daniel Maehara. Para o geólogo Eduardo Hiroshi, da empresa de assessoria e consultoria ambiental Legacy – que é de Prudente – a tecnologia é revolucionária e resolveria um dos mais antigos problemas de degradação ambiental na cidade, que a destinação do lixo urbano que oscila entre 180 e 200 toneladas por dia.

A tecnologia foi apresentada na teoria, nas dependências do Aruá Hotel. Em seguida, foi demonstrada na prática, numa pequena máquina produzida para a utilização em shoppings no Japão. Equipamentos maiores permitem desintegrar entre 10 e 15 toneladas por dia. A aquisição de cada unidade custa cerca de R$ 2 milhões. Segundo a apresentação, a oferta do serviço sairia a R$ 35 a tonelada, R$ 30 a menos que todo processo de compactação em aterro sanitário. Outra vantagem seria o espaço utilizado, menor que o de um aterro.

O grupo também argumentou que existe também a possibilidade de cada equipamento ser instalado em pontos estratégicos, nas várias regiões da cidade, o que poderia reduzir a utilização de caminhões e de pessoal. Em termos de reciclagem, restariam os metais, ferro, aço e vidro.

A demonstração foi feita no pátio na Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Prudente (Cooperlix), no Distrito Industrial Antônio Crepaldi, nas imediações do lixão recentemente desativado para reciclagem. O equipamento utiliza o fluxo magnético e não precisa de energia.

Esteve no local o engenheiro da unidade regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Luiz Edson Mollez, que adiantou que a instalação de equipamento como esse depende de três licenças: 1) prévia, com relação às normas, 2) de instalação e 3) de operação.