O advogado e familiares de um cientista preso na Rússia, acusado de espionar para os Estados Unidos, revelaram nesta quarta-feira que ele pode ser incluído em um suposto acordo de troca por dez supostos espiões russos detidos nos Estados Unidos desde a semana passada.

Segundo eles, Igor Sutyagin, preso desde 1999 e condenado em 2004 por espionagem, os teria contactado na terça-feira para dizer que estava sendo transferido da colônia penal no norte da Rússia onde estava preso para a capital russa, Moscou, em preparação para uma possível troca, em que ele seria enviado para a Grã-Bretanha.

Não está claro se Sutyagin seria o único detido na Rússia a ser incluído no suposto acordo, que não foi comentado pelas autoridades russas ou americanas.

Sutyagin, que é especialista em armamentos nucleares, está cumprindo uma pena de 15 anos de prisão por passar informações a uma empresa britânica supostamente usada como fachada pela CIA, a agência de inteligência americana.

No início da semana passada, dez russos foram presos nos Estados Unidos sob a suspeita de trabalharem como agentes ilegais do governo russo.

Um 11º suspeito de pertencer ao grupo de espiões foi detido no Chipre, mas sumiu posteriormente depois de ser libertado sob fiança.

Conspiração

Os 11 membros da suposta rede de espionagem russa são acusados oficialmente de conspiração para agir como agentes ilegais de um governo estrangeiro, crime menos sério do que espionagem, mas que ainda assim está sujeito a uma pena de até cinco anos de prisão.

Três dos suspeitos – Mikhail Kutzik, Natalia Pereverzeva, e Mikhail Semenko – devem ser interrogados nesta quarta-feira na Virgínia.

Kutzik e Pereverzeva viviam como um casal com seus filhos no condado de Arlington, perto da capital americana, Washington. Eles admitiram ser cidadãos russos vivendo sob identidades falsas.

Os promotores do caso afirmam que eles e os demais envolvidos estariam trabalhando para a inteligência russa, tentando se infiltrar em círculos de legisladores americanos.

Em uma reportagem publicada nesta quarta-feira, o diário americano The New York Times afirma, citando fontes anônimas do governo, que as autoridades dos Estados Unidos desejam uma solução rápida para a questão.