Seis meses depois do terremoto que devastou o Haiti e deixou cerca de 250 mil mortos, o país ainda não começou a ser reconstruído. De acordo com a BBC Brasil, organismos internacionais citam o excesso de escombros nas ruas como um dos principais sinais da “lentidão” em relação ao desastre.
Estima-se que o tremor tenha deixado 20 milhões de metros cúbicos de entulho e que apenas entre 5% e 10% desse total tenham sido recolhido nos últimos seis meses.
Segundo o representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Haiti, Ricardo Seitenfus, logo depois do desastre, alguns países chegaram a enviar máquinas para ajudar na limpeza dos escombros. Mas os equipamentos foram retirados meses depois. Para ele, a limpeza das ruas pode demorar até seis anos caso o atual ritmo seja mantido.
De acordo com o governo haitiano, os desabrigados chegam a 1,5 milhão de pessoas que vivem, atualmente, em barracas de lona. Um dos desafios é a construção de moradias temporárias – pequenas casas feitas sobre estrutura de aço e que podem ser facilmente removidas, se necessário.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que, até o momento, 3,7 mil unidades temporárias foram construídas. A meta é chegar a 125 mil nos próximos 12 meses. Segundo o escritório das Nações Unidas para Assuntos de Coordenação Humanitária (Unocha), o terremoto fez surgir 1.240 campos de refugiados.
O governo haitiano calcula que a reconstrução do país, a longo prazo, deverá custar US$ 11,5 bilhões. Em março, um grupo de países doadores, entre eles o Brasil, estabeleceu um fundo internacional de US$ 5,3 bilhões a serem gastos até o final de 2011. No entanto, organismos internacionais têm criticado a demora com que o dinheiro está sendo efetivamente colocado à disposição.
De acordo com a OEA, dos mais de 20 países doadores, apenas o Brasil, a Noruega e a Venezuela já fizeram seus depósitos no fundo de reconstrução.