O diretor de Estratégia da Telefónica na América Latina, Eduardo Navarro, afirmou hoje que não há problema estrutural no mercado de telecomunicações no Brasil. O executivo observou que os maiores entraves para o crescimento do setor são a regulamentação, a liberação de espectros de frequência e a alta carga tributária – e não falta de demanda. “Não há problema estrutural. O brasileiro é o que mais usa internet por mês e é o que usa mais as redes sociais, o que faz com que todos os modelos de negócios sejam muito potentes”, ressaltou.

Ele citou o exemplo das restrições à entrada das empresas de telefonia no mercado de TV a cabo. “Isso é um freio tremendo ao investimento. A liberação do espectro é uma questão grave para o mercado brasileiro. Não há problema de oferta no Brasil”, reforçou. Para Navarro, o Brasil pode alcançar patamares de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 8%, de forma sustentável e sem inflação. “O Brasil é o país do presente, não do futuro”, enfatizou.

O executivo ressaltou que o grupo espanhol tem “orgulho” de ter o maior investimento estrangeiro na América Latina e uma base de 170 milhões de clientes. “É o factual, temos investido cerca de US$ 100 bilhões, em investimento direto e capitalização”, afirmou. Segundo Navarro, nos últimos dez anos a Telefónica investiu 35 bilhões de euros no Brasil, nas operações fixas (Telesp) e móveis (Vivo).

Navarro lembrou que, há um ano, a operação de banda larga da Telefónica em São Paulo, o Speedy, deu um pouco de “dor de cabeça” para o grupo espanhol, devido a panes, o que levou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a suspender a comercialização do serviço. O executivo garantiu, no entanto, que o problema está superado. “O que tem acontecido hoje é que está se batendo todos os níveis de venda, o churn (saída de clientes) reduziu 40%, as reclamações no Procon reduziram 80% e o índice de satisfação no mês passado foi recorde absoluto”, destacou. O nível de penetração do Speedy, segundo o executivo, atingiu a marca de 3 milhões de clientes de banda larga em São Paulo.