A polícia de Uganda encontrou uma roupa de homem-bomba intacta e prendeu seis dos mais de 20 somalis e ugandenses suspeitos de planejar os dois ataques que mataram 76 torcedores de futebol no domingo, disse uma fonte da inteligência.
Os islâmicos somalis do Al Shabaab, ligados à Al Qaeda, afirmaram na segunda-feira serem os responsáveis pelos ataques em um restaurante lotado e em um clube de rúgbi na capital de Uganda enquanto os torcedores assistiam à final da Copa do Mundo na televisão.
Um integrante do grupo afirmou na terça-feira que nenhum suicida participou do ataque em Uganda, que mantém forças de paz na Somália.
Uma fonte da inteligência militar ugandense disse à Reuters na terça-feira que autoridades da inteligência haviam recebido uma denúncia no mês passado de que um ataque estava sendo planejado.
“No dia 17 de junho, um informante do subúrbio de Kisenyi, de Campala, contou à inteligência que alguns somalis planejavam um ataque durante a Copa do Mundo,” afirmou a fonte.
A autoridade disse que mais de 20 pessoas, somalis e ugandenses, estiveram envolvidas no planejamento dos ataques. “Até agora prendemos seis pessoas a partir dessa informação,” disse ele.
O Al Shabaab ameaçou executar novos ataques a menos que Uganda e Burundi retirem seus homens da força de paz da União Africana na Somália, onde os militantes lutam contra o governo e controlam grandes partes do país.
A polícia afirmou que a veste encontrada na segunda-feira em um terceiro local foi projetada para que também pudesse ser acionada a distância, em vez de usada.
“A raiva abençoou os que executaram o ataque e esperavam uma longa vida para eles. Isso mostra que não houve um homem-bomba,” disse à Reuters um homem que se identificou como Yonis, assistente do porta-voz do Al Shabaab, xeique Ali Mohamud Rage.
O Al Shabaab proibiu que se assista a partidas de futebol nas áreas sob seu controle e o ataque às pessoas que viam a final da Copa do Mundo no domingo enquanto ingeriam bebida alcoólica foi um duplo golpe do grupo rebelde –a morte de infiéis e ao mesmo tempo vingança ao que consideram invasão das tropas ugandenses.
(Reportagem adicional de Barry Malone, em Adis-Abeba; Jon Herskovitz, em Johanesburgo, Abdi Sheikh, em Mogadíscio, e Sahra Abdi e Abdiaziz Hassan, em Nairobi)