O advogado Zanone Júnior, defensor de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o assassino de Eliza Samudio, avaliou como “absurda” a prisão preventiva de todos os envolvidos no caso, feita pela juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. O advogado adiantou que pretende entrar com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais ainda nessa semana.

O promotor Gustavo Fantini, do Ministério Público de Minas Gerais, afirmou nesta quinta-feira (5) que o goleiro Bruno Souza e mais sete envolvidos no desaparecimento de Eliza foram denunciados por quatro crimes: homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Já Bola foi denunciado pelo MP por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A acusação por formação de quadrilha foi retirada.

Se condenados, a pena de Bruno e dos demais pode chegar a 42 anos de prisão. Para Bola, a condenação é de 33 anos.

Júnior diz não ter se surpreendido com a acusação feita pelo Ministério Público de Minas Gerais. Segundo ele, a defesa agora vai se concentrar em rebater as acusações. “Isso já era esperado. Mas o fato de o Ministério Público ter feito a denúncia não quer dizer que haja uma culpabilidade já formada do meu cliente”, disse Júnior. Segundo ele, que faz parte da equipe montada pelo advogado Ércio Quaresma para defender o goleiro Bruno Souza e os demais denunciados, o órgão corrigiu o que ele considerou “absurdo”, feito pela Polícia Civil de Minas Gerais.

“Eu não tive acesso à denúncia ainda, mas parece-me que já corrigiram absurdo feito pelo delegado Edson Moreira de indiciá-los por formação de quadrilha”, avaliou. “A situação agora começa a mudar. Agora a gente começa a contra-argumentar. O contraditório passa a valer”, afirmou.

Com a decisão da juíza, além de Bruno, permanecem detidos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, Luiz Henrique Romão (Macarrão, amigo do goleiro), o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (Bola), Elenílson Vítor da Silva, caseiro do goleiro, e os amigos Flávio Caetano de Araújo e Wemerson Marques de Souza (Coxinha).

A mulher do goleiro, Dayanne Souza, está presa na penitenciária Estevão Pinto, na capital mineira. Já Sérgio Rosa Sales (o Camelo), primo do jogador, permanece no Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São Cristóvão, anexo ao Departamento de Investigações, em Belo Horizonte.

Já Fernanda Castro, que ainda permanece em liberdade, mas teve a prisão preventiva decretada hoje, será procurada pela polícia em sua casa, no Rio de Janeiro. Caso ela não seja encontrada, será considerada foragida da Justiça.

O advogado Ércio Quaresma não foi localizado pela reportagem do UOL Notícias para comentar o caso. No entanto, ele havia adiantado anteriormente que Fernanda estava em Belo Horizonte à espera da decisão da Justiça. Segundo ele, ela será apresentada no gabinete do chefe da Polícia Civil mineira, Marco Antônio Monteiro, para, de acordo com ele, evitar constrangimento a ela.