O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, considerou preocupante a queda do preço do leite no mês de julho e a tendência de mais quedas para os próximos. Preocupante, segundo ele, porque isso reflete diretamente na receita do produtor rural e pode causar desânimo na produção leiteira.
“Para a população isso pode ser uma armadilha, porque se faltar o leite o preço subirá assustadoramente”, comentou ao verificar dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que aponta queda em julho (referente à produção entregue em junho) de 6,16% em relação ao mês anterior, para uma média de R$ 0,7242/litro no país. Esta situação não é normal, segundo o ruralista mariliense, pois, na entressafra (época de seca/inverno) o preço pago ao produtor tende a subir, por conta do aumento do custo da produção, pela falta de alimentos, e da queda de produtividade das vacas.
“Desta vez foi o contrário”, observou ao lembrar que para produzir leite na seca, quando os pastos estão ressecados e maduros, é necessário a suplementação das vacas com ração, como forma de concentrado, e silagem como volumoso. “Essas tecnologias envolvem custos altos para o produtor, mas não sendo empregadas pela maioria”, comentou. “Isto reflete na quantidade de leite produzido, que de um modo geral tende a cair no período”, lembrou. “Diante desta situação a tendência dos preços do leite pago ao produtor é de ser maior”, disse.