A candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff disse hoje (20) que os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre saneamento básico ainda não refletem os investimentos que foram feitos pelo governo Lula nos últimos anos. Os números indicam uma realidade de 2008, em que 44% dos domicílios não tinham acesso à rede de esgoto.

“Nós começamos as obras do PAC [Plano de Aceleração do Crescimento], na área de esgoto, em 2008, porque levamos todo o ano de 2007 selecionando projetos”, justificou.

Dilma disse que espera um número bem diferente para 2009 e 2010, época que, segundo ela, foram intensificadas as obras nos municípios. Antes disso, de acordo com a candidata, a maior parte dos municípios e estados ainda não tinha apresentado projetos.

“No Brasil, não se investia em saneamento básico. Os prefeitos e governadores só começaram em 2008, as obras, basicamente, a não ser as que já estavam em andamento e nós entramos com recursos. Como não tinham dinheiro, as prefeituras e os governadores não faziam projetos”, disse a candidata, após um almoço com lideranças políticas em Vitória.

Antes do almoço, Dilma fez uma caminhada pelo centro de Vitória, que contou com a participação de cerca de 2 mil pessoas. Ao comentar sobre o uso da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na propaganda eleitoral do seu adversário, José Serra, Dilma disse que estranhou o fato de que o tucano tenha feito críticas ao governo em debates e, depois, à noite, tenha tentado ligar sua imagem à de Lula.

“O que me assusta são críticas pesadas que ocorreram em debate, de tarde, e, de noite, o presidente Lula ser usado pelo programa.” Para ela, a campanha tucana adotou uma posição “elitista” de achar que o povo é ingênuo. “Nós nos pautamos sempre por ter uma relação republicana com vereadores, com prefeitos, mas não é possível confundir relação republicana com apoio. Acho um pouco arriscado essa atitude de achar que nosso povo seja muito ingênuo. É uma visão elitista sobre o povo de que ele não tem condições de ter censo crítico”, disse Dilma.