O número de municípios que dão uma destinação final adequada aos resíduos sólidos aumentou no Brasil entre 2000 e 2008, mas os lixões (vazadouros a céu aberto) ainda eram o principal destino do lixo em 50,8% das cidades há dois anos. Em 2000, esse percentual era de 72,3%. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, divulgada hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o estudo, o índice de municípios que passaram a usar prioritariamente os aterros sanitários (locais mais adequados para o tratamento do lixo) aumentou de 17,3% em 2000, para 27,7% em 2008.
Já a proporção de cidades que recorrem a aterros controlados (que são mais higiênicos do que os lixões, mas não são a alternativa ideal) permaneceu praticamente estagnada nos oito anos. Em 2000, eram 22,3%. Em 2008, esse número passou para 22,5%.
Para o gerente de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira, os lixões são, junto com a coleta de esgoto, um dos principais problemas de saneamento básico do Brasil.
“Cerca de 50% dos municípios ainda recorrem a lixões. A gente tem que caminhar para a solução do aterro sanitário. Hoje apenas 27% dos municípios fazem a destinação adequada dos resíduos. Para se adequar à lei, precisamos de mais de 70% dos municípios caminhando nessa direção”, disse Oliveira.
A pesquisa do IBGE mostra também que o número de cidades com projetos de coleta seletiva mais do que dobrou, passando de 451, em 2000, para 994 em 2008. Outro dado é que, há dois anos, apenas 38,9% das empresas coletoras de lixo tratavam resíduos de serviços de saúde em aterros específicos.