O presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Luiz Carlos Argolo, criticou hoje (18) a entrada da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) nas negociações com o governo federal sobre a greve dos peritos médicos. Para Argolo, foi uma “intromissão”. A perícia médica previdenciária está em greve desde o dia 22 de junho. Pelos cálculos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mais de 400 mil perícias deixaram de ser feitas no período.
Argolo disse que a entrada da Fenam nas negociações cria uma “confusão” entre a atividade do perito e o atendimento médico emergencial. Ele rechaçou a proposta apresentada pela Fenam, ontem (17), de promover mutirões para atender aos segurados do INSS que aguardam a perícia.
“Infelizmente, a truculência está vindo de todos os lados, do governo e da Fenam, pela sua intromissão”, disse Argolo. Ele garantiu que o processo de negociação estava em andamento e que a associação havia aceitado, ainda que de forma parcial, a proposta apresentada pelo governo – com exceções que tratam, por exemplo, do que chamou de autonomia do perito médico.
“É a autonomia de gerenciar a atividade. Não podemos atender mais do que 12 segurados e o tempo [jornada de trabalho] não pode ser maior do que seis horas”, explicou. “A greve é cumulativa. Quanto mais se demora para resolver, o passivo vai aumentando”, alertou. Argolo disse ainda que o país tem um déficit de mais de mil médicos para a área de perícia do INSS.
Para Argolo, a saída se resume na abertura de concursos públicos. Apesar de se tratar de ano eleitoral, cuja legislação específica dificulta a homologação de concursos, ele sugeriu que o Ministério da Previdência convoque os 250 candidatos aprovados no último concurso feito pela pasta.