Autoridades paquistanesas começaram hoje a retirar meio milhão de pessoas que vivem ao longo do rio Indus, no sul do país, por causa das enchentes provocadas pelas piores chuvas de monções em décadas na região. As chuvas já mataram cerca de 1.500 pessoas na última semana, a maioria no noroeste do Paquistão, o centro da luta do país contra a Al-Qaeda e o Taleban. A estimativa é de que 4,2 milhões de paquistaneses tenham sido atingidos, incluindo muitos na província do Punjab, no leste, onde vilas foram submersas por rios que transbordaram nos últimos dias.

O problema das enchentes é um dos vários enfrentados pelo Paquistão desde meados de julho, que incluem um atentado suicida na cidade de Peshawar, no norte, a queda de um avião com 152 pessoas a bordo na capital e um série de ataques de cunho político que resultaram na morte de dezenas em Karachi, no sul.

Na tarde de hoje (horário local), um ônibus caiu num rio que transbordou na parte paquistanesa da Caxemira, matando 20 pessoas. Outras 20 estão desaparecidas. Oito passageiros feridos foram resgatados, informou o funcionário do governo Chaudhry Imtiaz.

As medidas tomadas pelo governo têm sido falhas, principalmente porque o presidente Asif Ali Zardari partiu em visita à Europa enquanto a crise aumenta. As chuvas de hoje encheram ainda mais os rios que correm pela província de Sindh, onde centenas de milhares dos paquistaneses mais pobres vivem ao longo dos cursos d”água por causa da fertilidade do solo e também porque é mais barato do que morar em terras mais seguras. O rio Indus nasce no Himalaia e segue até o Mar da Arábia.