Jornalistas especialistas em política e eleições, reunidos hoje (18) em debate promovido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, defenderam o financiamento público para as campanhas eleitorais. O encontro teve como ponto central a transparência na cobertura das eleições 2010.

Pesquisa realizada pela entidade mostra o perfil dos doadores, nas eleições de 2006 e de 2008. Entre as mil maiores empresas do país, 483 são doadoras, sendo 25% do total das doações oriundas de empresas da construção civil.

Um dos debatedores, o colunista do jornal Correio Braziliense, Luiz Carlos Azedo, disse que para se resolver a questão da transparência nos financiamentos no Brasil existem dois caminhos: o do financiamento público ou o de uma relação mais tutelada à empresa financiadora, como ocorre nos Estados Unidos.

A diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, ratificou a importância do financiamento público. “Sem financiamento público exclusivo não se avança na igualdade de oportunidades”, afirmou.

Outro tema levantado foi o desafio de um jornalismo de qualidade na cobertura das eleições pela mídia privada, a vinculação de algumas empresas a políticos e a capacidade de isenção da mídia pública dos governos.

Segundo o apresentador do programa Observatório de Imprensa na Rádio, Luciano Martins, a mídia privada é um sistema paralelo, que tenta penetrar nas instituições e fazê-la de instrumento de poder. “É da natureza da mídia privada ser conservadora”, disse.