A greve dos servidores do Poder Judiciário do estado de São Paulo completa 108 dias hoje (13) sem previsão para a solução do impasse. A paralisação que começou no dia 28 de abril já é considerada a mais longa do judiciário paulista uma vez que supera a greve de 2004, que teve duração de 91 dias.

De acordo com o delegado regional da Assojuris, Ilton Guedes, dirigentes de entidades representativas dos servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo e Desembargadores do Tribunal de Justiça se reuniram para tratar de questões orçamentárias. Eles apresentaram cálculos do impacto financeiro da concessão de um reajuste de 4,77%, que segundo os técnicos do TJ/SP representaria o acréscimo de cerca de R$ 156 milhões na folha de pagamento de 2010 dos servidores. As entidades apresentaram cálculos de que esse acréscimo seria de R$ 60 milhões.

Ilton contou que os desembargadores suspenderam a reunião com a justificativa de que iriam consultar novamente os técnicos do Tribunal de Justiça para rever os cálculos.

Em razão disso, a Assembleia foi suspensa até o final do encontro. Os desembargadores retornaram a reunião informando que os técnicos tinham errado nos valores apresentados e que não seria feita nenhuma proposta aos servidores porque o Tribunal de Justiça precisa de suplementação orçamentária do Governo do Estado para o reajuste.

Em seguida teve início a assembleia geral da categoria que deliberou pela continuidade da greve. Nova assembleia categoria está marcada para a próxima quarta-feira (18), na praça João Mendes, em São Paulo.

Os servidores reivindicam reposição salarial de 20,16% referentes às perdas inflacionárias dos últimos dois anos, contratação de novos funcionários e aprovação do plano de cargos e carreiras, que até o momento, foi a única reivindicação atendida. O projeto, que tramitava na Assembleia Legislativa desde 2005 foi votado e aprovado em maio.