A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) lançou hoje (16) uma agenda que propõe dez políticas e 63 ações para o aumento da competitividade da cadeia produtiva do petróleo e gás offshore (na plataforma continental) no Brasil. Segundo a Onip, a execução das propostas é necessária para que se aumente o número de empregos do setor no Brasil e para que as empresas brasileiras possam ser competitivas no exterior.
Entre as propostas estão a disseminação do conhecimento e da inovação tecnológica pelas empresas da cadeia, o aumento da transparência das políticas de exigência de conteúdo nacional, o acesso a matérias-primas e infraestrutura em condições competitivas, a atração de investimento de empresas internacionais e a garantia de isonomia tributária, técnica e comercial entre empresas brasileiras e estrangeiras.
Hoje, a cadeia produtiva de petróleo e gás offshore emprega cerca de 420 mil pessoas. A Onip acredita que, se as propostas não forem seguidas, o Brasil poderia dobrar esse número, chegando a 860 mil empregos em 2020. Com a aplicação das políticas de competitividade, a Onip aposta na geração de mais de 2,1 milhões de empregos nos próximos dez anos.
“Foi construído um conjunto de propostas para o setor, que estamos oferecendo ao BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] como responsável direto pelo Programa de Desenvolvimento Produtivo do setor de petróleo no Brasil. É uma contribuição da indústria à estruturação de uma política industrial para o setor”, disse o diretor da Onip Eloi Fernández y Fernández.
O estudo prevê ainda que a cadeia produtiva de petróleo e gás offshore gastará no Brasil em torno de US$ 400 bilhões (cerca de R$ 700 bilhões) até 2020. Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que acompanhou o lançamento do documento da Onip, as propostas são importantes para que se possa garantir a competitividade dos fornecedores brasileiros nos próximos anos.
“De 2003 para cá, a indústria tem atendido mais do que a nossa exigência legal de conteúdo nacional. Nós estamos obtendo mais do que pedimos, porque a indústria tem respondido mais rápido e com mais agilidade do que foi solicitado. Agora, evidentemente, temos um programa de investimento muito acelerado. Olhando para o futuro, a grande potencial restrição que pode existir é a velocidade de crescimento da capacidade da indústria para atender à demanda. Evidentemente, uma indústria de longo prazo tem que planejar a longo prazo”, disse Gabrielli.
Segundo o diretor de Projetos e Infraestrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, estimular a competitividade da cadeia produtiva do petróleo é importante não só para o setor em si, como também para a economia em geral.
“Os fornecedores da cadeia de petróleo e gás podem ser também fornecedores de uma série de outros setores. Se eles tiverem uma demanda bastante forte, isso vai permitir que eles tenham escala, que tenham uma gestão muito melhor, que tenham uma capacidade de produção efetiva com melhor qualidade e que gerem mais emprego. Esses empregos de qualidade vão gerar renda e mais demanda. Isso é um ciclo virtuoso”, afirmou Bittencourt.