O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (Oeai), Ali Akbar Salehi, anunciou hoje (16) que há um plano para a construção de dez instalações para o enriquecimento do urânio a 20% no país. Salehi disse que o objetivo é construir a primeira planta até o final de 2011. Paralelamente já há obras para a construção das usinas de Natanz e Fordo. As informações são da rede estatal de televisão, a Press TV.
“A construção de uma dessas instalações começará até o final do ano e ficará pronta já em 2011”, disse Salehi. “Os estudos para a localização de dez instalações para o enriquecimento de urânio a 20% já acabaram”.
O anúncio de Salehi ocorre no momento em que o Irã é submetido a uma série de sanções impostas por parte da comunidade internacional. Desde junho, o Conselho de Segurança das Nações, a União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá aprovaram medidas restritivas que atingem diretamente o comércio e a área militar do Irã.
Para parte da comunidade internacional, o programa nuclear do Irã é suspeito de produzir de forma secreta armas atômicas. Mas o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega as acusações. Segundo as autoridades do Irã, o objetivo do programa é desenvolver projetos com fins pacíficos.
Na tentativa de suspender as sanções e buscar um acordo, o Irã defende a implementação de um acordo mediado pelo Brasil e pela Turquia. Por este acordo, o Irã se compromete a enviar 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, receberá 120 quilos do material enriquecido na Turquia a 20%.
A proposta, para o Brasil e a Turquia, encerraria a polêmica em relação às suspeitas de eventuais riscos de produção de armas atômicas pelo Irã a partir do enriquecimento a 20% do urânio. No entanto, o acordo ainda será analisado pelo Grupo de Viena – Estados Unidos, França, Rússia e Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).