O governo de Israel anunciou nesta segunda-feira que irá cooperar com a comissão criada pela ONU para investigar o ataque de forças israelenses contra a frota de barcos que tentava furar o embargo à Gaza, em maio, com a justificativa de levar ajuda humanitária à região.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que seu país “não tem nada a esconder”. “É do interesse de Israel garantir que a verdade sobre o que ocorreu venha à tona”, disse.

Entretanto, não está claro qual será o grau da colaboração israelense com a investigação.

O país havia inicialmente rejeitado a realização de uma investigação internacional independente sobre o caso.

Uribe

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia anunciado também nesta segunda-feira a criação da comissão para investigar o ataque à frota, durante o qual nove ativistas turcos morreram.

A comissão, formada por quatro integrantes, será liderada pelo ex-premiê da Nova Zelândia Geoffrey Palmer e deve iniciar seus trabalhos no próximo dia 10.

Também participarão da comissão o presidente colombiano em final de mandato, Álvaro Uribe, um membro turco e outro israelense.

Israel alega que os ativistas a bordo dos barcos eram militantes armados, determinados a atacar forças israelenses. Para o governo israelense, os dois inquéritos internos criados eram suficientes para apurar o ocorrido.

Na avaliação de analistas, a nova posição de Israel pode refletir a percepção de que a colaboração pode ser a melhor forma de o país ganhar voz no caso – lição provavelmente aprendida após a experiência de ter se negado a cooperar com outras comissões da ONU.