A próxima Cúpula do Mercosul, que será realizada no fim deste ano em Foz do Iguaçu (PR), continuará avançando nos setores comercial e econômico mas, desta vez, também dará ênfase à integração social do bloco formado pela Argentina, pelo Brasil, pelo Paraguai e pelo Uruguai.
Na última terça-feira (3), durante a reunião de chefes de Estado do Mercosul na cidade argentina de San Juan, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o comando temporário do bloco e expressou o seu desejo de trabalhar ao longo de todo este semestre para aprofundar os mecanismos criados dentro do Mercosul a fim de tratar de assuntos ligados à migração, ao emprego, à educação, agricultura familiar, juventude, cultura, ao meio ambiente e modelos energéticos, entre outros, disse à Agência Brasil o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci.
O presidente Lula, segundo Dulci, deseja que, pela primeira vez, a Cúpula do Mercosul e a Cúpula Social do bloco aconteçam simultaneamente. A Cúpula Social – que reúne lideranças da sociedade civil dos países que integram o Mercosul – até agora sempre ocorreu em datas diferentes do encontro de chefes de Estado.
“O presidente já adiantou uma novidade”, afirmou Dulci. “Ele pretende que os chefes de Estado presentes à Cúpula de Foz do Iguaçu participem, em algum momento, da Cúpula Social. Isso, até hoje, nunca aconteceu. Normalmente, a Cúpula Social se reúne, aprova um documento e algumas lideranças da sociedade civil apresentam aos presidentes para aprovação”.
De acordo com Dulci, Lula também pretende, ao longo de sua presidência temporária do Mercosul, incrementar o trabalho do Instituto Social do bloco, criado há dois anos com o objetivo de contribuir para a redução da pobreza e da desigualdade social, além de amparar a infância. O instituto começou a ser implantando no início deste ano e está sediado em Assunção, capital do Paraguai.
A sede do Mercosul é em Montevidéu, capital uruguaia. A instalação da sede do Instituto Social do bloco no Paraguai, segundo o secretário-geral da Presidência da República, abre a possibilidade para que alguns órgãos do Mercosul sejam descentralizados, envolvendo em seu trabalho cotidiano as populações dos quatro países integrantes do bloco.