A maioria da população brasileira não tem acesso à rede de esgoto, de acordo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), anunciada na manhã de hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do aumento no total de municípios com rede geral de esgoto entre 2000 e 2008 – de 52,2% para 55,2% – 56% dos domicílios não tinham, há dois anos, acesso à rede geral de esgoto. Ainda assim, houve um aumento: a proporção de domicílios com acesso à rede geral de esgoto subiu de 33,5% para 44% de 2000 a 2008.

Há dois anos, de acordo com a pesquisa, 34,8 milhões de pessoas – 18% da população – viviam em cidades em que não havia nenhum tipo de rede coletora de esgoto. Os dados de tratamento de esgoto também são preocupantes: apenas 28,5% dos municípios em 2008 possuíam tratamento, ante 20,2% em 2000. A pesquisa revela ainda que 12 milhões de domicílios no País não tinham em 2008 acesso à rede geral de abastecimento de água.

A PNSB é baseada em levantamento feito nas prefeituras, em órgãos públicos e privados responsáveis por serviços de saneamento e em associações comunitárias de todos os municípios brasileiros. A pesquisa é baseada em dados oficiais dos governos municipais e não na resposta da população, como ocorre com o Censo e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs).

Distribuição

O estudo revela ainda que o saneamento básico é distribuído de maneira desigual entre as regiões e é deficiente especialmente no Nordeste e no Norte. Dos 34,8 milhões de brasileiros que vivem em municípios sem rede coletora, 15,3 milhões (44%) são nordestinos. Apenas três Estados e o Distrito Federal têm mais de metade dos domicílios atendidos por rede geral de esgoto. Em oito Estados, a proporção é de menos de 10%.

O Distrito Federal, com 86,3%, tem a maior proporção de domicílios ligados à rede de esgoto. Entre os Estados, São Paulo é o destaque, com 82,1% dos domicílios. São Paulo também é o Estado com maior proporção (78,4%) de municípios com tratamento adequado do esgoto. Já Rondônia, Pará, Amapá e Amazonas têm os menores índices de domicílios com acesso à rede de esgoto. No Nordeste, os piores resultados aparecem no Piauí, no Maranhão e em Alagoas. Em Mato Grosso, o índice também é muito baixo, de apenas 5,4%.

Praticamente todos os municípios brasileiros têm acesso à rede geral de distribuição de água (99,4%). No entanto, ainda existem 12 milhões de domicílios sem acesso à rede geral de abastecimento. A região Norte foi a que mais expandiu o acesso à rede geral de abastecimento de água. Em 2000, era 86,9% e, em 2008, aumentou para 98,4%. No entanto, 33 municípios do País ainda recorrem a poço ou carro-pipa para distribuir água para a população. Entre os Estados, a Paraíba é o Estado com maior número de municípios (11) sem qualquer acesso à rede geral de abastecimento de água.