O país registrou em agosto 259.942 focos de calor, número que também inclui as queimadas, já que os satélites não conseguem distinguir as diferentes fontes emissoras de calor, informaram o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente na terça-feira.
O relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis divulgado pela ministra da pasta, Izabella Teixeira, mostrou que os incêndios estão concentrados no bioma Cerrado, que abrange 12 Estados brasileiros.
Do total de focos de calor, 13 por cento estão em terras indígenas, 12 por cento em áreas de conservação, 8 por cento em assentamentos e 67 por cento em territórios privados, segundo a ministra.
O “fogo se deve a práticas ilegais costumeiras no Cerrado” e acontece porque fazendeiros e índios usam as queimadas como manejo e perdem o controle, disse.
O estudo revelou que Mato Grosso é o Estado mais atingido, com 27 por cento do total, ou 63.992 focos. O Pará aparece em seguida, com 26 por cento, ou 62.718 focos, enquanto Tocantins figura em terceiro, com 13 por cento, ou 32.014 focos.
Izabella explicou que há limitações tecnológicas no monitoramento feito pelos satélites usados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que não conseguem diferenciar o calor das queimadas de outras fontes, como o calor emitido por terras, rochas e telhados.
Por isso, ressaltou, não significa que o país tenha visto até agora quase 260 mil focos de incêndios.
Apesar do clima atípico seco que assola grande parte do território nacional, a ministra afirmou que não se trata de um ano recorde na quantidade de queimadas.
No entanto, os dados mais recentes do Inpe mostram que de janeiro até 30 de agosto foram registrados 45.860 focos de queimadas no país, 148 por cento acima do mesmo período do ano passado, quando chegou a 18.435 focos.
O ministério afirmou que foram usados 29,4 milhões de reais nas operações de combate aos incêndios florestais neste ano, que envolvem 3.562 agentes de diversas áreas.