Na noite da quinta-feira passada, um jantar reuniria as três cantoras homenageadas pelo novo Prêmio Divas da Música Brasileira. A ideia era juntar Alaíde Costa, Ademilde Fonseca e Dóris Monteiro para anunciar a primeira edição da premiação, que tem como premissa reunir nomes consagrados, mas nem sempre lembrados, e cantoras novatas. Ademilde, de 89 anos, e Dóris, de 75, no entanto, não puderam comparecer: estavam fazendo shows.

É uma prova de que, assim como Alaíde (de 74), continuam no palco, e têm o que transmitir às mais jovens. No dia 6 de outubro, no Bourbon Street, antes de receber troféus pelas décadas de serviços prestados à música, elas vão se apresentar com as três intérpretes finalistas do concurso, que serão escolhidas por um júri de especialistas.

A iniciativa é da editora Letras&Lucros e da Icatu Seguros. As inscrições estão abertas até 30 de agosto no site www.divasdamusica.com. Só podem participar cantoras com mais de 16 anos que não tenham CDs lançados no Brasil. As finalistas serão anunciadas no dia 28 de setembro. A vencedora ganhará um plano de previdência da Icatu no valor de R$ 5 mil.

“Desde os anos 50, atravessei vários movimentos. Espero que os novos talentos tenham essa persistência”, disse Alaíde. “Fiquei bastante orgulhosa com a notícia. A música tem que ser renovada”, acredita Ademilde. “Vamos nos apresentar para um outro público, abranger a juventude”, aposta Dóris Monteiro.

Para o pesquisador musical Sérgio Cabral, jurado de festivais há mais de 40 anos, a iniciativa é interessante também porque “nunca houve a preocupação em lembrar os que têm história mais longa”. “Sempre se pensou num jeito de revelar novas cantoras, de forma democrática, como se fazia nos velhos festivais. Acho que a fórmula foi modificada para melhor”, acrescentou Cabral. Ele participou da comissão julgadora que escolheu as três divas.