A Venezuela suspendeu temporariamente o campeonato mundial de beisebol feminino, que era disputado no país, após uma jogadora ter sido atingida por uma bala perdida durante uma partida disputada nesta sexta-feira em Caracas.
A jogadora da seleção de Hong Kong foi ferida quando sua equipe enfrentava a seleção da Holanda, numa partida disputada nas instalações do Fuerte Tiuna, o forte militar mais importante do país.
Segundo a rádio chinesa RTHK, a jogadora Cheuk Woon Yee foi atingida na perna. O técnico da seleção de Hong Kong, Felix Yip, disse que a jogadora foi levada a um hospital local, onde a bala foi retirada do músculo de sua panturrilha.
O vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, confirmou que se tratava de uma bala perdida.
“Decidimos, em conjunto com a federação (de beisebol), suspender os jogos com a finalidade de fazer uma investigação exaustiva”, afirmou Jaua.
O vice-presidente também expressou seu desejo de que “todo o país nos ajuda a explicar a situação que se apresentou e a tratar de normalizar a situação o mais rápido possível”.
Comemorações
O beisebol é o esporte mais popular na Venezuela, e a organização do mundial pela primeira vez no país havia sido objeto de comemorações por parte do governo, que também vinha usando a competição como parte de sua agenda de promoção da mulher e da igualdade entre os sexos.
O torneio era disputado por 12 seleções.
O incidente durante a partida ocorreu ao fim de um dia particularmente agitado de notícias sobre casos policiais na Venezuela, incluindo um assalto a um ônibus de turismo cheio de crianças que participavam de uma colônia de férias, no centro do país.
O assalto terminou sem feridos, mas os ladrões levaram todos os bens das crianças.
Segundo as pesquisas, a segurança pessoal é uma das principais preocupações dos venezuelanos. A questão é um tema frequente de debate em todos os âmbitos da vida nacional.
A cidade de Caracas é considerada uma das mais perigosas da América Latina.
Segundo a organização não-governamental Observatorio de la Violencia, houve mais de 16 mil assassinatos no país no ano passado.