O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse hoje (17) que a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) toma decisões sob pressão de alguns países do Ocidente. Ahmadinejad não citou diretamente os Estados Unidos, o maior crítico do programa nuclear iraniano, mas afirmou que as acusações são infundadas. Nos últimos dias, a agência reiterou que as autoridades iranianas dificultam o acesso de inspetores internacionais nas usinas nucleares do país.

As informações são da rede de televisão estatal do Irã, a PressTV. “As potências ocidentais têm dominado a agência. Por isso quando eles [os inspetores da Aiea] preparam um novo relatório eles apontam duas questões”, disse Ahmadinejad. “Eles nem mesmo têm certeza dos aspectos legais que podem nos incluir”.

Segundo Ahmadinejad, as autoridades da Aiea quando se referem ao programa nuclear do Irã não mencionam detalhes. “Eles [os inspetores da agência] falam em termos gerais e não fornecem evidências que mostrem as violações”.

No último dia 14, ao divulgar o relatório da agência, o diretor-geral da Aiea, Yukiya Amano, reclamou da falta de apoio das autoridades iranianas nas inspeções no país. Segundo ele, as recusas às fiscalizações por parte do Irã são frequentes. Mas as autoridades iranianas negaram as acusações de Amano.

Ahmadinejad criticou a Aiea. “Nós dissemos que mostramos tudo o que há. Quando pedimos para mostrarem provas, elas não existem”, afirmou. Ele reiterou que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e que o objetivo do programa nuclear desenvolvido no país é para fins pacíficos.

A comunidade internacional rejeita este argumento e desde junho o Irã está sob severo sistema de sanções determinado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.