Os reguladores europeus de saúde pública estão fazendo uma revisão sobre os benefícios do medicamento Avastin, da Roche, contra o câncer de mama à luz de novos dados clínicos, que lançam mais incertezas sobre suas perspectivas.
A notícia vem enquanto os investidores aguardam uma decisão das autoridades norte-americanas sobre se revogam ou não a indicação do Avastin nos casos de câncer de mama avançado e segue-se a uma série de revezes do tratamento até agora este ano.
O FDA, a agência que controla o uso de alimentos e drogas nos Estados Unidos, também avalia se amplia a indicação do Avastin nos EUA a fim de permitir que a droga seja usada junto com outras quimioterapias.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) anunciou na sexta-feira ter iniciado uma revisão sobre os riscos e benefícios do Avastin, depois que a Roche apresentou um estudo para embasar o seu requerimento para usar o Avastin no tratamento do câncer de mama associado à quimioterapia citotóxica capecitabina ou baseada em antraciclina.
Em comparação com os resultados dos estudos anteriores, a agência informou que o último estudo apontou inconsistências entre diferentes ensaios, em especial em termos de eficácia.
“É provável que isso assuste o mercado, pois poderá colocar outros 800 milhões de francos suíços no Avastin sob risco”, disse o analista Karl-Heinz Koch, da Helvea.
A Roche afirmou estar comprometida em trabalhar com o Comitê da EMEA para Produtos Medicinais de Uso Humano a fim de garantir que ele tenha toda a informação de que necessite para a revisão sobre o Avastin como tratamento de primeira linha para o câncer de mama metastático.
A opinião do comitê da EMEA sobre a ampliação da indicação deve sair este ano, informou a Roche, acrescentando que o uso atual do Avastin nas indicações autorizadas, incluindo para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático, não era afetado pela revisão.