Nesta sexta-feira (10), após a prisão do governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), a candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, defendeu as operações da Polícia Federal.

Mesmo atingindo aliados do seu partido, como no caso da operação no Amapá, a ex-ministra disse que os órgãos de fiscalização devem continuar desmantelando esquemas de corrupção. Dilma foi questionada sobre o assunto em entrevista coletiva realizada em Porto Alegre, onde a candidata acompanha os primeiros dias do neto, Gabriel.

Após ouvir a pergunta de um repórter sobre o caso envolvendo Dias, a candidata questionou: “Preso por quem?”. Ao ouvir que a operação havia sido deflagrada pela Polícia Federal, a candidata defendeu o trabalho dos órgãos de fiscalização.

“Está absolutamente de acordo com o que sempre fizemos. A gente tem dado à Polícia Federal, à CGU e a todos os órgãos de investigação a seguinte orientação, que sempre foi a do presidente Lula: desmantelem esquemas de corrupção doa a quem doer”, afirmou a ex-ministra da Casa Civil.

Na entrevista, Dilma descartou, mais uma vez, um “ajuste fiscal” nas contas do governo a partir de primeiro de janeiro, caso seja eleita. A candidata, no entanto, deixou claro que pretende monitorar os gastos públicos.

A preocupação sobre o andamento dos investimentos federais e do crescimento acelerado da economia, que podem gerar inflação e colapso da infra-estrutura do país por excesso de demanda, tem se tornado comum entre economistas e especialistas diante dos últimos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), que apontam para um crescimento de até 7% no ano.

“Controle de gastos é obrigação do gestor. Um gestor que não cuidar para que o dinheiro público seja colocado da maneira mais adequada num projeto não merece essa palavra, gestor público. Controle de gastos é obrigação dos governos. Isso é outra coisa. Ajuste fiscal, a não ser que seja necessário, é um crime fazer”, disse a candidata.

Para Dilma, ajuste fiscal ocorre quando o governo evita gastos necessários, aumenta impostos e tira liquidez do setor produtivo.

Ainda sobre o futuro da economia, Dilma disse estar segura que o país tem condições de crescer no atual ritmo, principalmente no setor de energia. Segundo a ex-ministra, não há riscos de racionamento de energia por conta de um eventual excesso de demanda.

“Sabe qual é a hipótese de risco de racionamento hoje no Brasil? É zero, é negativa.Hoje, nós temos mais energia que precisamos. E temos todo um processo de planejamento e gestão para assegurar que o Brasil tenha energia suficiente para crescer 7% com tranquilidade”, garantiu. “Temos deficiências? Temos deficiências. Mas estas deficiências são sanáveis? São sanáveis”, afirmou.