Na última década aumentou o número de brasileiros que resolveram casar novamente. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os recasamentos representaram, em 2008, 17,1% do total das uniões formalizadas, enquanto em 1999 esse tipo de união totalizava apenas 10,6%.
A taxa de casamentos entre cônjuges solteiros, apesar de estar em queda, permanece majoritária. Em 1999 representavam 89,4% já em 2008 houve uma pequena redução passando para 82,9%.
Na comparação entre os sexos existem diferenças marcantes. Os homens recasaram em 2008 mais com mulheres solteiras (7,4% do casos), já as mulheres divorciadas casaram menos com homens solteiros (apenas 4,1% das uniões formalizadas). Casamentos entre dois divorciados ocorreram em apenas 2,7% dos casos.
A taxa de nupcialidade legal (obtida pela divisão do número de casamentos pelo de habitantes e multiplicando-se o resultado por 1000) também apresentou um crescimento e uma reversão na tendência de redução de 1999 para 2008.
Enquanto no período de 1999 a 2002 foi registrada queda e as taxas variaram de 6,6‰ para 5,6‰, houve crescimento nos anos seguintes, chegando, em 2008, à maior taxa registrada (6,7 ‰). Em 2008, o total de casamentos registrados foi de 959.901, cerca de 5% superior ao número observado em 2007.
O IBGE atribui esse aumento à melhoria do acesso aos serviços de Justiça, particularmente ao registro civil de casamento e a iniciativas que facilitaram o acesso da população nos aspectos burocráticos e econômicos.
Em 2008, a maior taxa de casamentos entre as mulheres foi verificado entre as de 20 a 24 anos (29,7‰), nos homens os dados são semelhantes, porém o índice mais elevado está entre os de 25 a 29 anos (28,4‰). A grande diferença está entre os homens e as mulheres com mais de 60 anos. As taxas obtidas para as pessoas do sexo masculino são mais que o dobro das do feminino. Em 2008 casamento de mulheres de 60 a 64 anos representavam 1,6% dos casos, já entre os homens foram de 4,0%.
Quanto às dissoluções formais dos casamentos, a pesquisa revela a elevação do número de divórcios em relação ao de separações. Segundo o IBGE, isto demonstra que a sociedade brasileira ampliou sua aceitação ao divórcio e utilizou mais amplamente os serviços de Justiça que formalizam as dissoluções.
As separações judiciais concedidas no Brasil foram em sua maioria consensuais (76,2%). Entre as não consensuais, a maior parte dos casos foi requerida pela mulher (71,7% em 2008), enquanto que os homens representaram 28,3% dos pedidos. Na análise entre os estados a pesquisa aponta diferenças regionais. Na Paraíba, por exemplo, 41,4% das separações não consensuais foram pedidos por homens, enquanto as mulheres representam 58,6%.