A última chuva registrada em Tupi Paulista aconteceu no dia 15 de julho, em todo o mês de julho choveram 35 milímetros. As informações são da Casa da Agricultura da cidade vizinha.

A ausência de chuvas na região há mais de 50 dias tem influenciado algumas atividades agrícolas, como a pecuária leiteira.  A Cacretupi – Cooperativa Agrária e de Cafeicultores da região de Tupi Paulista – registrou queda de 15% na captação de leite. De acordo com o presidente da Cooperativa, Edson Tiuso, em abril, a captação diária de leite era de 55 mil litros e agora estão sendo captados 48 mil litros por dia. “Efetivamente a ausência de chuva somada ao vento frio contribui para que as pastagens sequem cada vez mais e isso influencia na redução da produção leiteira”, afirma.

Tiuso considera que a pastagem é fonte natural de alimento de menor custo, porém com a estiagem e precariedade dos pastos, a orientação é que o produtor rural busque alternativas para suplementação dos bovinos.

“Nossos cooperados utilizam briquete de algodão, poupa cítrica, caroço de algodão e ração concentrada”, diz.
Apesar da diminuição na produção de leite, o preço do produto não aumentou para o produtor, pelo contrário, sofreu um decréscimo. É o que indicam os valores apontados por Tiuso. “Em março, o cooperado recebia R$ 0,70 como preço-base por litro de leite, agora recebe R$ 0,60”, declara. O preço-base corresponde ao valor mínimo que o cooperado ganha por cada litro de leite.

Este comportamento de mercado tem surpreendido o presidente da Cacretupi. “No período de seca com a queda da produção, a tendência é que o preço do leite melhore para o produtor”, analisa. Ainda de acordo com o presidente, entre as justificativas para a queda no preço estão o ingresso de leite da região sul do País e a importação do produto, principalmente do Uruguai. “Este quadro não contribui para o escoamento do estoque de produtos dos laticínios”, considera.

A área de abrangência da Cacretupi tanto na captação de leite como na distribuição dos produtos (leite e bebida láctea Brancão) é de 23 municípios. O volume de leite captado e industrializado gira em torno 1, 500.000 litros de leite por mês. Do volume total, 600 mil litros atendem as necessidades regionais e o restante é destinado a Cooperativa Central de Laticínios em São Paulo.

Atualmente, a empresa possui 1.215 cooperados, sendo 327 cooperados por leite, que recebem bonificação por qualidade e quantidade do leite, tanque próprio e fidelidade. Também há os cooperados por grãos, consumo e vinculados ao plano de saúde. A Cooperativa trabalha com outros tipos de bonificação por qualidade e quantidade do leite, tanque próprio e fidelidade.

ORIGEM – A Cacretupi foi fundada em maio de 1965 por produtores de café de Tupi Paulista. A partir da década de 70 com o declínio da lavoura cafeeira na região, o produto foi substituído pelo leite. Em 1978 foi inaugurado o laticínio e por mais de uma década, o leite somente era destinado à Cooperativa Central em São Paulo.

Em 1991, foi feita a escolha do nome do leite pasteurizado produzido pelo laticínio da Cacretupi, todos os cooperados foram convidados a sugerir um nome. O escolhido foi Brancão, sugestão do atual presidente, na época, apenas cooperado Edson Tiuso. Ele conta que além de fazer referência à cor branca, característica do leite, a ideia era homenagear o famoso grupo musical chamado Brancão, que animava bailes na região.