Os corpos dos mineiros Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, e Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, mortos no massacre há um mês na fronteira entre o México e os Estados Unidos, serão enviados para o Brasil nos próximos dias. A informação é do cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Araújo Lage. O embaixador disse hoje (23) à Agência Brasil que aguarda o contato com as famílias dos dois brasileiros identificados ontem (22) por policiais federais.
“Ainda há vários corpos à espera de identificação na Cidade do México, mas provavelmente não há mais brasileiros entre as vítimas”, disse Lage. “Nos próximos dias as famílias do Juliard e do Hermínio devem receber os corpos”, afirmou ele.
Hermínio Santos saiu da cidade de Sardoá, próxima a Santa Efigênia de Minas, onde estava Juliard Fernandes, para seguirem juntos em direção aos Estados Unidos via fronteira do México, segundo informações dos parentes dos dois. Inicialmente apenas o corpo de Juliard foi identificado, dias depois veio a confirmação de Hermínio. As autoridades mexicanas se comprometeram a pagar as despesas para o transporte dos corpos.
Ontem dois peritos e um papiloscopista, da Polícia Federal, identificaram os corpos de uma mulher, de 22 anos, e um homem, de 23 anos, vítimas da chacina em que 72 imigrantes foram brutalmente assassinados, no estado de Tamaulipas, no México. O casal é da cidade de Rondon do Pará, no estado do Pará. Lage disse que preserva os nomes porque as famílias das vítimas ainda estão sendo contatadas.
As identificações das vítimas brasileiras foram feitas por meio de impressões digitais e exames odontológicos. O processo de envio dos corpos está sob responsabilidade do governo do México em parceria com o Núcleo de Assistência a Brasileiros, do Ministério das Relações Exteriores.
No dia 22 de agosto, 72 imigrantes foram assassinados na cidade de San Fernando, em Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos. Entre as vítimas havia mulheres e crianças. A maioria dos corpos já identificados é de imigrantes de Honduras, Equador e El Salvador. Pelo menos três homens sobreviveram ao massacre e relataram o crime às autoridades mexicanas.
O governo do México atribuiu a chacina ao cartel de tráfico de drogas e pessoas denominado Los Zetas. Integrantes desse grupo armado foram presos. Paralelamente, o presidente mexicano, Felipe Calderón, anunciou uma série de medidas de austeridade para combater o narcotráfico e as ações ilegais envolvendo imigrantes.