Ao inaugurar hoje (27), em Barra Bonita (SP), usinas termelétricas movidas a biomassa de cana-de-açúcar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os países ricos vão acabar buscando o álcool brasileiro como alternativa de combustível menos poluente.
“O Brasil passou a ser respeitado no mundo com a questão da cana-de-açúcar, porque o mudo rico, seja a Europa, o Japão, os Estados Unidos, eles têm a obrigação de parar de usar combustível que gere gás que polua o planeta Terra. Então, eles vão ter que utilizar outra coisa, e vão ter que usar etanol, vão ter que utilizar nosso álcool”, disse.
Lula lembrou que há uma resistência dos Estados Unidos ao etanol brasileiro já que o país cobra uma tarifa para dificultar a entrada do álcool. Ele afirmou que, em algum momento, o país norte-americano precisará derrubar essa barreira.
“Nos Estados Unidos o mesmo que fazemos de cana eles fazem de milho [sobre a produção de etanol], só que fazendo de milho eles encarecem a ração animal. E o álcool americano custa três vezes o preço do nosso, por isso que ficamos importantes, porque agora eles têm uma tarifa para impedir que nosso etanol chegue lá. Mas acho que a realidade vai obrigá-los, em qualquer momento, eles vão ter que abrir para importar o nosso álcool”, avaliou.
A uma plateia formada por cortadores de cana, Lula falou sobre a mecanização no campo que substitui o trabalho dos cortadores. Segundo ele, esse é um processo irreversível e governo e empresários têm que buscar alternativas para evitar que o desenvolvimento resulte em miséria para os trabalhadores.
Lula estimou ainda que o provável aumento de vendas de etanol para o exterior contribuirá para o surgimento de postos de trabalho para absorver os cortadores de cana nas áreas de serviço das usinas.
O presidente participou da cerimônia de inauguração simultânea de oito usinas termelétricas, no estado de São Paulo, movidas a biomassa de cana-de-açúcar. O evento ocorreu na Usina Termelétrica Barra Bioenergia S/A, no município de Barra Bonita (SP). As usinas integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).