O motorista Alonso de Carvalho, 50, que dirigia o ônibus que se partiu ao meio após colidir com um trem em Americana, no interior de São Paulo, sobreviveu ao acidente e teve fraturas no pé e no braço. O acidente aconteceu por volta de 22h30 desta quarta-feira (8), quando o ônibus, que fazia o trajeto Mathiense-Antonio Zanaga, tinha acabado de sair do terminal. O maquinista do trem não sofreu ferimentos, mas entrou em estado de choque.
Segundo a prefeitura da cidade, nove pessoas que estavam no ônibus morreram, sendo sete no local. Dois corpos ainda não foram identificados. Outras 18 sobreviveram e foram internadas em hospitais da região. Dessas, três já tiveram alta.
O ônibus municipal da Viação VCA foi atingido em cheio pelo trem de carga em uma passagem de nível e arrastado por cerca de 100 metros. A composição, que pertence à ALL e levava milho, soja e açúcar ao porto de Santos, tem quatro locomotivas e 77 vagões, cada um pesando 100 toneladas.
Segundo a Polícia Civil de Americana, que investiga o caso, o motorista pode ter se confundido ao ver um outro trem parado no sentido contrário ao que vinha o trem da ALL, por isso desrespeitou a sinalização e cruzou a linha férrea. A Guarda Municipal da cidade mantinha na manhã desta quinta-feira (9) o local interditado para o trabalho da equipe da Polícia Técnico-Científica.
Testemunhas contam, no entanto, que o motorista tentou cruzar os trilhos logo atrás de um carro, mas não teve tempo suficiente e ficou esmagado entre os dois comboios – o que vinha pelos trilhos e o que estava parado.
De acordo com Érico Henrique de Oliveira, 19, enteado do motorista, a sirene tocou quando o ônibus estava no meio da travessia e não havia ninguém na guarita da passagem.
Já a ALL (América Latina Logística) defende que o ônibus atravessou a passagem de nível sem parar, no momento do cruzamento entre os trens, e que “testemunhas que presenciaram o acidente informam que a sinalização sonora e luminosa do cruzamento estava acionada, alertando para a preferencial e passagem do trem, mas não foi respeitada pelo motorista”.
A empresa disse, em nota, que o maquinista seguiu os procedimentos de segurança e acionou a buzina e os freios da composição, “mas não foi possível parar a tempo de evitar a colisão, uma vez que o trem leva mais de 500 metros para parar totalmente após o acionamento da frenagem”.
Segundo a ALL, o Código Nacional de Trânsito dá sempre preferencial à linha férrea e transpô-la é considerado infração gravíssima.
* Com informações de Cosmo Online e Agência Estado.