A economia brasileira já se recuperou da crise financeira e isso se reflete no crescimento expressivo de 8,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2009, segundo avaliação do professor Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro.
Ao comentar o crescimento do PIB, divulgado hoje (3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o professor disse que a alta do PIB demonstra o aquecimento da economia, mas também lembra que a base de comparação (primeiro semestre de 2009) estava retraída.
“O crescimento é muito expressivo e reflete a tendência verificada no primeiro trimestre [9%], que já mostrava uma forte recuperação do Brasil em relação a 2009. Agora, é verdade que, no ano passado o país teve uma queda no PIB e as taxas eram menores por causa da crise econômica mundial”, afirmou.
Embora os investimentos no país (formação bruta de capital fixo), que cresceram 26,2% no semestre tenham puxado a alta do PIB, pela ótica da demanda, o professor Ricardo Ismael também lembra da importância da participação do consumo das famílias (8%).
“Essa retração do comércio internacional ainda afeta as exportações”, avaliou, ainda em relação aos efeitos da crise no mercado . “Mas o consumo das famílias, no primeiro semestre estava muito forte, observamos isso antes da Copa do Mundo, com a compra de eletroeletrônicos”.
Para o professor da PUC, o Brasil saiu da crise e, nesse ritmo, deve registrar um crescimento em 2010, de cerca de 7%. “Espera-se que, nos dois últimos trimestres, o crescimento seja um pouco menor do que nos dois primeiros. Com isso, na média, o PIB deve ser de 7%”, disse o professor Ricardo Ismael.