O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse hoje que a estratégia do governo federal e do PT têm sido a de blindar sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT), no episódio da quebra do sigilo fiscal de sua filha, Verônica, e em toda a campanha eleitoral. Ele voltou a responsabilizar Dilma pela violação do sigilo, demonstrou desconfiança sobre o rumo das investigações pela Receita Federal e acusou a ex-ministra da Casa Civil de ser uma candidata inventada e que esconde seu passado. Serra disse ainda que o PT está desmoralizando a Receita com a ação de “arapongas” do partido.
“Ela é a responsável, porque é a responsável pela campanha. O esquema de espionagem foi feito com gente nomeada, reuniões, pessoas contratadas e tudo mais. Além do mais, isso é tradicional dentro do PT”, afirmou, em entrevista coletiva concedida após se reunir com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no hotel Tivoli Mofarrej, na capital paulista. “O PT e o governo estão blindando a Dilma, aliás, não só nesse episódio. Essa campanha está se caracterizando pela campanha do ”ocultamento” de uma candidata.”
Serra acusou a direção da Receita Federal de postergar a apuração do caso e tentar abafar o episódio ao conduzir as investigações em Brasília, e não em São Paulo. Ele atribuiu o fato ao que chamou de “aparelhamento” da Receita e fez questão de citar o conflito entre Dilma e a ex-secretária do órgão Lina Maria Vieira por conta da polêmica em torno da fiscalização de grandes empresas, entre elas a Petrobras. “O PT está conseguindo desprestigiar a Receita Federal”, disse. “A Receita está sendo prejudicada pela ação dos arapongas do PT.”
O tucano criticou também a decisão de Dilma de não participar da sabatina promovida pelo jornal O Globo e do debate organizado pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Gazeta. “Ela está se recusando a ir. É uma estratégia de ”ocultamento”. Na verdade, é uma pessoa desconhecida. É uma candidatura inventada, uma pessoa desconhecida e preparada pelo PT e pelo próprio governo federal para disputar a campanha federal como se fosse uma ficção, porque de fato as pessoas não a conhecem.”
“No meu caso, todo mundo me conhece, eu não preciso que se invente nada a respeito do que eu fiz ou que se feche, num cofre, pedaços da minha biografia. No caso dela, é exatamente o oposto. Ela é conhecida por coisas que não fez. As coisas que fez errado são ocultadas e têm o passado guardado em cofrinhos. Determinados pedaços da sua história são desconhecidos, porque (ela) não tem um histórico de vida pública adequado, digamos, para uma responsabilidade de uma candidatura desse tipo. É uma fabricação do PT e do governo”, disparou Serra.