Metalúrgicos da fábrica de carros da Toyota em Indaiatuba e da fábrica de componentes de ônibus e caminhões da Mercedes-Benz em Campinas, ambas no interior de São Paulo, mantêm nesta terça-feira greve iniciada na quinta-feira passada por reajuste salarial.
A greve nas duas montadoras foi mantida depois que os trabalhadores rejeitaram no início da noite da véspera proposta de aumento salarial de 10,5%. Na unidade da Toyota, que produz o sedã Corolla, trabalham 2,1 mil metalúrgicos e na instalação da Mercedes-Benz, 800.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, uma nova reunião com a montadora japonesa acontecerá ainda na manhã desta terça-feira e uma assembleia com os trabalhadores foi marcada para as 17h. Na Mercedes-Benz, não há reuniões previstas, segundo a entidade.
A pauta dos trabalhadores da região envolve, entre outros itens, reajuste de 17,45% e redução de jornada para 36 horas semanais sem corte de salário.
Desde a paralisação, o sindicato calcula que a Toyota deixou de produzir cerca de 1,2 mil veículos.
Neste fim de semana, trabalhadores do polo automotivo do ABC, na região metropolitana de São Paulo, aceitaram reajuste de 10,8%, maior índice já obtido pela categoria. Além do aumento, os metalúrgicos da base que abriga fábricas da Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen, receberão abono de R$ 2,2 mil.
Enquanto isso, a fábrica de automóveis da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) segue sob a chamada “greve pipoca”, decretada pelos trabalhadores no sábado. Sem acordo com a empresa na véspera, os trabalhadores decidiram manter o movimento que envolve a paralisação alternada de turnos da fábrica, que fez a montadora alemã deixar de produzir cerca de 820 carros até o final da segunda-feira, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.
A exigência para a montadora alemã é a mesma já aprovada pelos trabalhadores da Renault e da Volvo no Estado, afirma o sindicato: 10% de aumento do piso salarial, 10,08% de reajuste e R$ 4,2 mil de abono.
A unidade da Volkswagen em São José dos Pinhais produz os modelos Golf, Fox, Cross Fox e Fox Europa e vende aproximadamente 70% da produção para o mercado interno.