Sob sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas há quatro meses, o Irã anunciou hoje (20) ter aumentado o estoque de urânio enriquecido a 20% usado em usinas nucleares. O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (Oiea), Ali Akbar Salehi, afirmou que o objetivo é atingir a autossuficiência nuclear. As informações são da rede estatal do Irã, a PressTV.

Salehi afirmou que as minas de urânio Gachin e Bandar Abbas, no Sul do Irã, preparam-se para as atividades de extração. No começo desta semana, foram anunciados projetos de exploração de urânio no Centro do país.

“Desde o lançamento da usina nuclear de Bushehr, temos priorizado a exploração de urânio para ser capaz de responder às nossas [necessidades de combustível] para que tenhamos a autossuficiência nacional”, Salehi.

Desde 9 de junho, o Irã está submetido a uma série de sanções que começaram a partir de decisões do Conselho de Segurança. Aderiram às sanções os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Japão e a União Europeia. Para a comunidade internacional, o país esconde a produção de armas atômicas no desenvolvimento do programa nuclear.

As autoridades iranianas negam as acusações alegando que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear e é membro da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Nos próximos dias, o assunto deve ser tema de uma nova rodada de discussões entre o governo iraniano e o grupo denominado P5+1 (China, França, Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha).

Para o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é fundamental considerar como base o acordo firmado em maio com o apoio do Brasil e da Turquia. Pelo acordo, o Irã se compromete a enviar urânio levemente enriquecido para a Turquia, de quem receberá o mineral enriquecido a 20%.

Com isso, o Brasil e a Turquia confiam que seja possível eliminar as suspeitas em torno do programa nuclear iraniano. Porém, em um primeiro momento, a Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou o acordo e três semanas depois aprovou as sanções ao Irã.