A balança comercial brasileira poderá ter, este ano, um superávit entre US$ 15 e US$ 16 bilhões, a previsão é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. “Embora a Secex [Secretaria de Comércio Exterior] não faça previsão de superávit na balança comercial, eu vou fazer: teremos entre US$ 15 e 16 bilhões, o que é excelente em relação ao que fizemos num ano imediatamente posterior à grande crise”, disse hoje em São Paulo.
Segundo Miguel Jorge, o problema da desvalorização do dólar é uma questão importante e vai exigir avanços em todo o mundo. Para ele, a indústria brasileira tem se mostrado competente para enfrentar essa dificuldade que atinge principalmente as exportações, mas, também, tem se beneficiado com as importações. “Temos que considerar também que a indústria brasileira tem se beneficiado muito das importações porque são, em cerca de 80% delas, importações de insumos e de máquinas e equipamentos que ajudam não só a competitividade como também a produtividade e a modernização do todo”, afirmou.
De acordo com o ministro, a reclamação da indústria automobilística sobre a desvalorização cambial é sem sentido. “A indústria automobilística está reclamando mas eu não sei porque, já que 68% das importações são feitas pela indústria automobilística. Se ela parar de importar, teremos uma redução de 68% na importação de carro no Brasil”, disse.
Durante seu discurso, o ministro destacou que um dos principais desafios para o setor automobilístico nacional será o de reduzir a emissão de gases de efeito estufa e melhorar a queima de combustíveis. “Nos próximos anos, um grande desafio da indústria será desenvolver melhores sistemas de propulsão”, afirmou.
Miguel Jorge participou hoje da cerimônia de abertura do Salão do Automóvel, que ocorre até o dia 7 de novembro no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. No salão estão expostos 42 diferentes marcas de veículos nacionais e importados.