O mercado de TV por assinatura deve dobrar nos próximos cinco a seis anos. A previsão é de Pedro Ripper, diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Estratégico da Oi, no lançamento do serviço de TV via satélite (DTH) da operadora no Distrito Federal e em seis Estados. “Esse mercado deve quase dobrar”, afirmou o executivo. Hoje o mercado brasileiro tem cerca de 9 milhões de clientes de TV por assinatura. “Até um ano e meio atrás, eram 6 milhões. Queremos ser um desses provocadores para que esse mercado dobre e queremos ser um dos líderes desse mercado”, ressaltou. O desafio, segundo ele, é oferecer um serviço de qualidade e que caiba no bolso do consumidor.

A estratégia da empresa, segundo Ripper, é a oferta de serviços convergentes, o chamado quadriplay, que agrega telefonia fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura. O início da atuação da Oi no mercado de TV por assinatura ocorreu em Minas Gerais, quando a operadora adquiriu a Way, operadora de TV a cabo em Belo Horizonte e algumas cidades do interior. Hoje a empresa tem cerca de 300 mil clientes de TV paga em todo o País, sendo que 75% usam o serviço de TV via satélite.

“O DTH tem duas vantagens. A primeira é que, para a empresa que atua em território nacional, talvez seja a única tecnologia que vai possibilitar que se chegue em muitas regiões”, observou. Para a oferta de serviços mais sofisticados, como TV em 3D e oferta de vídeo sob demanda, Ripper ponderou que “é inevitável a discussão regulatória”. Ele se referiu à abertura do mercado de TV a cabo para as concessionárias de telefonia. “É inevitável que para conseguir evoluir essa oferta, vai bater nessa discussão tecnológica”, reforçou.

Se a abertura do mercado para as teles se concretizar por meio do PL 29 – projeto que tramita no Congresso Nacional há três anos e que agora está no Senado sob o número PLC 116 – ou por mudanças regulatórias por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Oi vai ingressar com pedidos de licença de cabo, mas “seletivamente”, destacou o executivo. Ripper observou que, em princípio, a empresa quer ter DTH no Brasil inteiro, mas isso não impede que em alguns locais a operadora ofereça duas tecnologias, o que já ocorre em Minas Gerais, onde são vendidos pacotes de TV a cabo e DTH.

Segundo Ripper, deve entrar em operação no primeiro semestre do ano que vem um projeto piloto de venda de TV por assinatura pré-paga, provavelmente na Região Nordeste. A ideia, explicou o executivo, é aproveitar a rede de recargas de crédito para celulares pré-pagos, que segundo ele, é uma das mais capitalizadas do País.

Pacote

A Oi lançou hoje no Distrito Federal e em seis Estados serviço de TV por assinatura via satélite por R$ 34,90, valor para o pacote básico, que contempla 28 canais. Esse preço é destinado aos clientes que já possuem um telefone fixo da operadora. Quem não tem ou não deseja contratar a linha telefônica da Oi pagará um acréscimo de R$ 20,00 mensais, referente ao aluguel do equipamento que é cedido ao cliente por meio de comodato.

O lançamento abrange, além do Distrito Federal, os Estados de Alagoas, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Hoje o serviço já é oferecido nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Espírito Santo.

Segundo Pedro Ripper, a meta da empresa é cobrir todo o território nacional até primeiro trimestre de 2011. “Diferente do telefone fixo e móvel, a TV paga tem penetração aquém até da banda larga”, comentou.